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Egresso da Univasf é aprovado em primeiro lugar para doutorado em Biotecnologia

publicado: 01/09/2017 17h31 última modificação: 04/09/2017 15h51
João Pedro Ramalho

Uma pesquisa iniciada na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) sobre a preservação da fertilidade gerou a proposta que foi aprovada em primeiro lugar no processo seletivo 2017.2 para o doutorado em Biotecnologia, da Rede Nordeste em Biotecnologia (Renorbio). A pesquisa é desenvolvida há dois anos por Ricássio de Sousa Barberino, egresso da graduação em Medicina Veterinária e do mestrado em Ciências Veterinárias no Semiárido da Univasf, com orientação e coorientação dos professores do Colegiado de Medicina Veterinária Maria Helena Tavares de Matos e Raimundo Campos Palheta Junior, respectivamente.

O objetivo da pesquisa realizada por Barberino e iniciada durante o mestrado na Univasf é buscar alternativas para preservar a fertilidade de mulheres que são submetidas a sessões de quimioterapia contra o câncer. Isto é feito através do pré-tratamento com uso da melatonina, uma substância antioxidante que protege os folículos ovarianos e os oócitos, células reprodutoras femininas.

Os dados obtidos no mestrado foram publicados recentemente através do manuscrito “Melatonin protects against cisplatin-induced ovarian damage in mice via the MT1 receptor and antioxidant activity”, na Biology of Reproduction, revista de reconhecimento internacional na área de reprodução. Para o doutorado, serão realizados mais testes em camundongos, que serão acompanhados por técnicas de experimentação in vivo e in vitro.

A ideia de desenvolver a pesquisa surgiu quatro anos atrás, quando Barberino ainda era discente de graduação e bolsista do Programa Institucional de Iniciação Científica (Pibic). Nessa época, Barberino estudava a reprodução de fêmeas de cabras e ovelhas no Laboratório de Biologia Celular, Citologia e Histologia da Univasf, no Campus Ciências Agrárias, em Petrolina (PE), já sob a orientação da professora Maria Helena Tavares de Matos. Segundo ele, foi a orientadora quem deu a ideia de trabalhar com temas diferentes, como fertilidade e quimioterapia. “Eu me senti bastante lisonjeado, porque era o primeiro trabalho e eu seria o primeiro a desenvolvê-lo”, conta.

Quanto à aprovação em primeiro lugar para o doutorado em Biotecnologia, o egresso da Univasf confessa ter sido surpreendido positivamente. Para ele, a colocação obtida no processo seletivo é um reconhecimento de seu envolvimento com pesquisas, que vem desde a graduação. “Isso mostra que essa dedicação tem um fruto, uma recompensa de alguma forma, que os finais de semana e feriados estudando no laboratório não foram em vão”, afirma Barberino.

A professora Maria Helena Tavares de Matos também acredita que essa aprovação demonstra a importância da Iniciação Científica para os estudantes de graduação que pretendem se tornar pesquisadores e também valoriza o trabalho realizado na Universidade. “Este resultado é um reconhecimento à qualidade da pós-graduação, mostrando que ainda que não tenhamos as condições ideais de infraestrutura, conseguimos realizar uma pesquisa inovadora”, declara Maria Helena.

Doutorado em Biotecnologia – O Núcleo de Pós-Graduação coordenado pela Renorbio busca fortalecer o desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação na área da Biotecnologia na região Nordeste e, consequentemente, no Brasil. De caráter multi-institucional, tem parcerias com diversas universidades e órgãos da região. Entre elas está a Univasf, que, embora não seja um dos pontos focais onde estão concentradas as turmas do doutorado, possui sete docentes que colaboram com o programa e estão vinculados à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

Enquanto cursar o doutorado, com bolsa da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe), Ricássio de Sousa Barberino também estará vinculado à UFRPE, mas continuará desenvolvendo a pesquisa nos laboratórios da Univasf. Além da orientação e coorientação dos professores de Medicina Veterinária da instituição, o estudante também contará com a colaboração do médico da Bélgica Johan Smitv, que o convidou para realizar uma parte da pesquisa em Bruxelas, e do cientista chinês Xuejun Jiang, que atua nos EUA em um instituto de câncer. A expectativa é de que o trabalho tenha um impacto social significativo. “Se tivermos bons resultados, esperamos modificar o panorama de mulheres jovens em tratamento quimioterápico, caso elas desejem engravidar”, comenta Barberino.