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Programa Andifes de Mobilidade Acadêmica Nacional permite intercâmbio entre estudantes da Univasf e outras universidades brasileiras

As inscrições para a seleção de quatro bolsas para o Convênio Andifes/Santander estão abertas até amanhã (13)

publicado: 12/07/2017 14h49 última modificação: 12/07/2017 14h49
João Pedro Ramalho

Tacio Vieira Machado é estudante de Arqueologia e Preservação Patrimonial da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). Em 2016, saiu de São Raimundo Nonato (PI), cidade onde está localizado o Campus Serra da Capivara, e viajou até o Rio Grande do Sul, para estudar, durante um semestre, no curso de Antropologia com habilitação em Arqueologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Essa mudança foi possível graças ao Programa Andifes de Mobilidade Acadêmica Nacional, que permite aos alunos vinculados a Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) o intercâmbio em cursos de outras instituições.

Assim como Tacio, outros discentes regularmente matriculados em cursos de graduação da Univasf podem participar do programa por meio do Convênio Andifes/Santander, que oferta quatro bolsas de estudos e está com inscrições abertas até amanhã (13). As inscrições devem ser feitas no Departamento de Programas Especiais de Graduação (DPEG) da Pró-Reitoria de Ensino (Proen), no Campus Sede, em Petrolina (PE), ou no SIC dos campi Paulo Afonso, Senhor do Bonfim (BA) e Serra da Capivara. O processo seletivo é regido pelo Edital N° 12/2017, no qual podem ser consultados documentos, requisitos, entre outras informações.

Tacio Vieira Machado conta que, em Pelotas, pôde estudar conteúdos que não são abordados em seu curso de origem, bem como se envolver em experiências para ele inéditas. “Participei das atividades de campo de Arqueologia e as escavações ocorreram em uma região de banhado. Foram encontrados restos faunísticos no local, vestígios que presenciei pela primeira vez em uma escavação arqueológica”, relata.

O estudante também destaca como sua recepção na nova cidade superou positivamente suas expectativas. “Achei que seria discriminado em Pelotas por ser nordestino. Quando cheguei lá e disse que tinha vindo do Piauí, as pessoas ficaram fascinadas por ter vindo de um lugar muito distante”, conta Tacio.

Segundo ele, a principal dificuldade enfrentada foi a adaptação às temperaturas baixas, que chegaram a atingir 5°C. Para isso, porém, contou com a ajuda dos colegas, que fizeram doação de roupas de frio. O desenvolvimento de novas amizades, aliás, rendeu-lhe mais do que agasalhos, e Tacio pôde viajar de carona com uma amiga ao Uruguai.

Além de Tacio Vieira Machado, outros discentes da Univasf já partiram para uma estada temporária em cursos de instituições federais, com ou sem recebimento de bolsa. Ao todo, foram 12 estudantes desde 2008, ano da entrada da Univasf no Convênio. Paralelamente, a Universidade já recebeu nove alunos vindos de outras IFES, contabilizados a partir desse mesmo ano.

Bruno Abreu de Melo é um desses alunos recebidos pela Univasf. Ele é matriculado no curso de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mas, como precisou se mudar para Petrolina, decidiu participar do Programa. Atualmente, cursa Artes Visuais no Campus Juazeiro (BA). Entretanto, como a mobilidade é temporária, pretende fazer a prova do Enem para ingressar definitivamente na Univasf.

Diferente de Tacio, Bruno não ingressou no Programa com o recebimento de bolsa, o que dificulta os gastos com materiais das disciplinas e o transporte de ônibus. Ainda assim, avalia positivamente sua experiência em Petrolina e Juazeiro. “A cultura da região está me enriquecendo muito. Uma cultura que se expressa principalmente pelas artes. Outra coisa marcante é a travessia do rio com as barquinhas. É muito interessante ver os dois estados, Pernambuco e Bahia, tão integrados, através dessas duas cidades irmãs”, afirma Melo.

Para a professora coordenadora do DPEG, Adriana Mayumi, a participação em programas como esse é importante não só por permitir aos estudantes o acesso a novas experiências didáticas, mas por apresentar a eles a pluralidade existente Brasil afora. “O aluno começa a enxergar outras realidades, de cursos, de instituições, de pessoas. Então, isso o ajuda a criar um sentimento de respeito pela diversidade, o que é muito enriquecedor”, afirma Adriana.