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Projeto de extensão ‘Universidade Aberta à Terceira Idade’ foi apresentado em simpósio internacional na Espanha

publicado: 10/10/2018 17h15 última modificação: 11/10/2018 09h51
Jaislane Ribeiro e Renata Freitas
Exibir carrossel de imagens Participantes do projeto fazem aula de pilates.

Participantes do projeto fazem aula de pilates.

Oferecer ações diversificadas na educação continuada, saúde e cidadania, visando à qualidade de vida dos idosos da região do Vale do São Francisco. Este é um dos objetivos do projeto de extensão ‘Universidade Aberta à Terceira Idade – Unati’, vinculado ao Colegiado de Educação Física (Cefis) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O projeto foi apresentado no Simpósio Internacional de Lazer e Qualidade de Vida (SILAQ), que aconteceu na cidade de Granada, na Espanha, em 25 e 26 de setembro. O evento reuniu aproximadamente 300 pesquisadores, entre professores, estudantes e profissionais de vários países.

No SILAQ, foram apresentadas pesquisas desenvolvidas nas áreas de esporte, turismo e desenvolvimento territorial, realizadas nos países que formam a Rede Latinos; composta por Brasil, Uruguai, Colômbia, Itália, França e Espanha. O professor do Colegiado de Educação Física e coordenador da Unati, Marcelo de Maio Nascimento, representou a Univasf e falou para os presentes sobre as ações do projeto, criado em 2015.

Com cerca de 120 idosos, divididos em oito turmas, a Unati oferece aos participantes aulas teóricas e práticas, com palestras sobre vários temas e a realização de atividades físicas, que acontecem nas dependências do Cefis, no Campus Sede da Univasf, em Petrolina (PE). A Unati é um projeto interdisciplinar, que conta com a atuação de estudantes dos cursos de Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Psicologia e Medicina da Univasf, sob a orientação dos professores. Antes de iniciar os exercícios físicos, os idosos participam de ciclos de palestras. As atividades físicas oferecidas pelo projeto são hidroginástica, ginástica, musculação, pilates e tênis.

Para Nascimento, apresentar o projeto no SILAQ foi uma experiência positiva. “Na Europa, não existe projeto de extensão. As universidades só trabalham nas perspectivas do ensino e da pesquisa. Não há uma interação com a comunidade externa. Os estudantes presentes no simpósio elogiaram a prática da extensão, ficaram curiosos sobre a temática e sobre os reflexos que a atuação na extensão trazem para a formação dos alunos que participam dos projetos no Brasil”, pontuou.

Durante o evento, foi lançado o primeiro livro do SILAQ, intitulado ‘Lazer e Qualidade de Vida – Esporte, Cultura e Turismo no Desenvolvimento Territorial’, que reúne trabalhos apresentados na edição do ano passado do Simpósio, realizada em João Pessoa (PB). Entre eles, destaca-se o trabalho “Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati/Univasf): Saúde e promoção da qualidade de vida da comunidade idosa, nas cidades de Petrolina – PE e Juazeiro – BA, Brasil”, de autoria do professor Marcelo de Maio Nascimento.

Este ano, os participantes do SILAQ definiram a realização de um estudo sobre “Qualidade de vida e lazer”. O professor Nascimento irá trabalhar a temática com os idosos, abordando as suas relações com o meio ambiente e com a cidade de Petrolina. Estes resultados deverão ser apresentados na próxima edição do evento, em 2019.

Ânimo e disposição – Uma das primeiras participantes do projeto de extensão, Maria Felícia dos Santos, de 79 anos, aguardava ansiosa a última aula de pilates do semestre antes do recesso acadêmico. Aluna também de hidroginástica, ela passa 40 minutos num ônibus, de segunda a quinta-feira, para chegar à Univasf, junto com outras amigas que também participam das atividades. “Esse projeto mudou tudo na minha vida. Melhorei da labirintite e tenho mais disposição”, contou.

Concentrada para não perder o equilíbrio durante os exercícios, Idalice Rodrigues Silva, de 76 anos, ressalta que este foi um dos benefícios que o pilates lhe trouxe. “Eu me desequilibrava muito e hoje tenho um equilíbrio muito bom”, disse. Além dos benefícios para a saúde física, Idalice encontrou no convívio com os colegas, a maioria mulheres, ânimo para se manter ativa no projeto, do qual participa há três anos.

Essa convivência faz com que Maria das Mercês Farias Lino, de 76 anos, não troque viagem nenhuma pelas aulas de pilates. “Deixo de viajar, mas não falto as aulas”, declarou. Moradora de Juazeiro, ela pega três ônibus para ir ao pilates. Mas vale a pena. “Esperei dois meses para entrar no projeto. Hoje, eu não troco por nada”.

Segundo a bolsista do projeto, Samira Nunes, estudante do 6º período de Educação Física, que ministra as aulas de pilates para a turma de Maria Felícia, Idalice e Maria das Mercês, a evolução no desempenho dos alunos é perceptível. Os participantes apresentam melhoria no equilíbrio e na flexibilidade, entre outros aspectos. A vivência no projeto também vem contribuindo para sua formação como profissional de educação física. “Tem sido uma experiência muito enriquecedora para mim. Estou aprendendo na prática o que estudo na graduação. E esse público é maravilhoso. Temos respostas muito boas pelo trabalho que realizamos com eles”, afirmou.