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Univasf promoverá palestra sobre inclusão social e surdocegueira na próxima segunda-feira (31)

publicado: 27/07/2017 09h43 última modificação: 27/07/2017 09h43
João Pedro Ramalho

A surdocegueira é uma deficiência pouco conhecida. E esse desconhecimento sobre o assunto pode gerar preconceitos. Por isso, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), através do Núcleo de Práticas Sociais Inclusivas (NPSI), irá promover a palestra “Gente surda... Gente cega... Gente surdocega... Gente!” na próxima segunda-feira (31). A apresentação será conduzida por Carlos Alberto Santana Junior, primeira pessoa com essa deficiência a ministrar uma palestra na Univasf. O evento é gratuito e será realizado das 9h às 12h, no auditório da biblioteca, no Campus Sede, em Petrolina (PE). Toda a comunidade está convidada.

Em sua palestra, Carlos Alberto, técnico em massoterapia que se comunica, entre outras formas, através da Língua Brasileira de Sinais (Libras), irá abordar os processos e recursos tecnológicos que podem ser utilizados para incluir as pessoas surdocegas à sociedade. Seu guia-intérprete Hélio Fonseca também deverá falar sobre sua própria atuação, como o profissional responsável por dominar as diversas formas de comunicação usadas por pessoas com essa deficiência. Além da língua comum aos surdos, Fonseca interage com Carlos Alberto por meio da Libras tátil e da comunicação háptica, ambas formas que utilizam o tato para efetuar a interlocução.

A surdocegueira é compreendida como uma deficiência única, uma associação entre cegueira e surdez que pode ser desenvolvida de diferentes maneiras (congênita ou adquirida) e em graus variados, nem sempre havendo a perda total da visão e da audição. Por essas razões, cada pessoa surdocega desenvolve maneiras particulares de comunicação e de interação com o mundo.

Para a professora do Colegiado de Psicologia da Univasf e coordenadora do NPSI, Karla Daniele Maciel, a importância de falar sobre esse tema está em mostrar como esses indivíduos lutam para não estarem isolados. “As pessoas pensam que, se o sujeito é surdocego, está fadado a viver dentro de casa. Mas ele trabalha, estuda, viaja, segue a vida como cada um de nós e supera uma sociedade que não é para ele”, afirma a professora.

Ainda segundo Karla Daniele, a vinda de Carlos Alberto à Univasf é fundamental para trabalhar a acessibilidade atitudinal, ou seja, a maneira como a sociedade pensa a deficiência e trata as pessoas surdocegas. Para ela, muitos dos limites enfrentados por esses sujeitos têm relação com os estereótipos sociais sobre a deficiência. “As barreiras atitudinais são as mais difíceis de superar. Costumo dizer que, com dinheiro e marretas, eu mudo prédio e mudo portas, mas não mudo as atitudes e os pensamentos. Por isso, a presença de Carlos Alberto já é um marco para quebrar alguns preconceitos dentro da Universidade”, explica.