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Entrevista: Reitor da Univasf fala sobre projeto de expansão aprovado na última sexta-feira

publicado: 18/07/2017 15h09 última modificação: 18/07/2017 15h09
Klene Aquino | Gabinete da Reitoria

O Conselho Universitário aprovou na última sexta-feira (14), o projeto de expansão da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) para o município de Salgueiro (PE) que prevê a oferta inicial de dois cursos de graduação presenciais – Engenharia de Produção e Ciência da Computação, sugeridos pelo MEC. Os trâmites para efetivação da proposta também vão envolver ações junto à Prefeitura do município que já sinalizou possível doação de terreno para as edificações do campus.  As áreas em prospecção ainda serão avaliadas pela Reitoria. Nesta entrevista, o reitor Julianeli Tolentino de Lima fala sobre a expectativa de abertura do sétimo campus da Univasf, o primeiro a ser projetado no Sertão Central do Estado. Salgueiro é considerada a principal cidade da microrregião e com população estimada em mais de 60 mil habitantes.

O projeto de expansão foi aprovado por ampla maioria no Conselho Universitário, como o senhor avalia este projeto?

Entendo que o resultado no Conselho Universitário expressou a vontade da comunidade acadêmica. E neste sentido eu avalio este apoio ser fundamental para o êxito do projeto. Tivemos a sinalização do MEC da possibilidade de ampliação de recursos para implantação do campus, que conforme estimativa da nossa comissão interna é de aproximadamente R$ 12 milhões   para as obras.  Vamos nos reunir com a equipe do MEC e avançarmos no projeto. É um processo que demandará outras iniciativas e pactuações para ser efetivado.

O quantitativo de vagas estimadas para a composição do quadro de servidores é suficiente para atender aos novos cursos previstos no projeto de expansão?

Na avaliação da comissão, o quantitativo de vagas tanto para professores quanto para técnicos, estimado pelo MEC é plenamente compatível às necessidades de um novo campus com a estrutura proposta. Inclusive, no dimensionamento dos cargos técnicos, que têm flexibilidade de lotação, algumas vagas podem ser movimentadas para os campi já existentes para atender às demandas administrativas e de outras áreas que precisam de mais servidores. O quantitativo projetado para os dois cursos é de 24 servidores para o quadro técnico-administrativo e 20 docentes, 11 para o curso de Engenharia de Produção e nove para Ciência da Computação.

Conforme o projeto original do MEC os cursos sugeridos para Salgueiro são Engenharia de Produção e Ciência da Computação.  A Univasf pretende manter estas sugestões?

É importante destacar que a universidade tem autonomia neste sentido e esta prerrogativa não será ignorada, inclusive com base no parecer da comissão interna que avaliou a proposta original e identificou possível concorrência entre uma das graduações sugeridas pelo MEC com um curso tecnológico, já ofertado no munícipio de Salgueiro. Portanto, é importante avaliarmos as questões levantadas pela comissão e fazermos a melhor escolha.

Qual avaliação que o senhor faz do atual momento político e econômico do País para a execução de um projeto de médio prazo como a implantação de um campus universitário?

Esta é uma oportunidade que temos para nos interiorizarmos ainda mais, de ampliarmos a nossa inserção regional e de contribuirmos cada vez mais com o semiárido nordestino, que durante décadas viu os investimentos federais na educação superior passarem longe de sua área de abrangência, concentrados em outras regiões do País. Embora as restrições financeiras impostas pelo contingenciamento de recursos às universidades federais, nos últimos dois anos, tenham inibido a execução de projetos importantes para o setor, e mais recentemente um cenário de tensões políticas, temos neste momento a sinalização do MEC para efetivação de uma proposta de expansão.  A Univasf quer expandir e expandir com qualidade. Temos um projeto aprovado pelo órgão máximo de nossa instituição e agora outras ações serão necessárias para viabilizá-lo, principalmente a garantia de atendimento ao que for pactuado para efetivação do projeto.

Que ações seriam imediatas?

Em média, a abertura das primeiras turmas de um novo campus ocorre em um período de dois a três anos. Mas é necessário planejamento e isto demanda prazos, os quais temos que cumprir. De imediato, destaco que a chegada da Proposta da Lei Orçamentária Anual (PLOA) ao Congresso está prevista para ocorrer no final de agosto.  Então, o projeto de expansão da Univasf está tramitando em um período compatível, e é possível já ser incluído na LOA 2018.

Com a implantação de mais um campus universitário também é estimado aumento de demanda na assistência estudantil. Qual a expectativa de fomento às ações nesta área?

Os recursos devem ser ampliados progressivamente, de acordo com a oferta de vagas e situação de vulnerabilidade dos estudantes ingressantes. No relatório da comissão há indicadores neste sentido, inclusive estimativa do aporte financeiro necessário tendo em vista a projeção destas demandas. Destaco que os auxílios destinados aos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica são oriundos de duas fontes, do Programa Nacional de Assistência Estudantil, o PNAES, e da contrapartida financeira da Univasf, iniciativa que demonstra a prioridade destas ações em nossa instituição. Além disso, temos a Câmara de Assistência Estudantil, criada em 2012, que em sua composição conta com 70% de representantes discentes, com poder deliberativo sobre a aplicação dos recursos nas diferentes modalidades de auxílio e bolsas, o que garante maior legitimidade e segurança às nossas ações.

Como o senhor avalia o impacto da interiorização das universidades federais?

É visível a capacidade que as universidades, especialmente no interior do País, têm de impulsionar o desenvolvimento regional, de atrair investimentos para as localidades onde se inserem, promover melhorias no ensino em todos os níveis.  A Univasf é um exemplo disso e tem se fortalecido continuamente. Uma instituição criada por lei federal em 2002, assinada pelo então presidente FHC e dois anos depois efetiva-se com a abertura dos 11 primeiros cursos, já no primeiro mandato do presidente Lula.  Atualmente são 28 cursos de graduação, quase 30 programas na pós-graduação, stricto sensu e lato sensu, ações na Educação a Distância, projetos de pesquisa e extensão. Enfim, é um produto coletivo e feito por muitas pessoas. Este passado é uma referência importante que nos motiva a avançar ainda mais, firmes em nosso propósito de contribuir com o desenvolvimento do País e especialmente da nossa região, uma ação que responde a uma demanda histórica, especialmente do povo sertanejo.

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