A ivermectina, medicamento antiparasitário, foi recentemente apontada, em uma pesquisa de Caly e colaboradores (2020), como efetiva na redução da replicação viral do SARS-CoV-2, in vitro (CALY et al., 2020). Após a publicação do referido estudo in vitro, alguns países na região da América Latina, como Bolívia e Peru, autorizaram o uso de ivermectina para tratamento da COVID-19 (PERU, 2020; BOLIVIA, 2020). De forma semelhante, no Brasil, o referido antiparasitário incluso na lista de medicamentos essenciais para tratamento de outras patologias, começou a ser disponibilizado pela rede pública de saúde de alguns municípios no norte e nordeste do país, além de redes seguradoras de saúde privada para prevenção e/ou tratamento da COVID-19 (PREFEITURA DE MARABÁ, 2020; TAPIRA, 2020; MACAPÁ, 2020; UNIMED, 2020). Contextualização Mediante toda a divulgação da possível correlação do benefício da ivermectina no combate ao COVID-19, agências reguladoras da região das Américas, como FDA, DIGIMED e ANVISA, preocupadas com a sua utilização em larga escala pela população, emitiram alertas de precauções de uso e monitoramento das reações adversas, bem como orientações para advertir a população para não utilizarem formulações de uso veterinário e tampouco produto de origem duvidosa (FDA, 2020; DIGIMED, 2020; ANVISA, 2020b). Conforme a Nota Técnica Informativa Nº 03/2020, desenvolvida este grupo de Centros de Informações sobre Medicamentos (CIMs), não há evidências científicas robustas que sustentem a utilização do medicamento ivermectina para tratar ou prevenir a COVID-19.

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