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Exposição “Formato Impresso” inicia temporada no Campus Serra da Capivara
por Mayane Santos
O universo dos impressos na arte da contemporaneidade é vasto e amplo. Somada a essa ferramenta, tem-se a oportunidade de discutir, por meio do fazer artístico, questões sociais e políticas dos dias atuais. A partir disso, a exposição "Formato Impresso" busca explorar esse tipo de produção, lançando o debate sobre novas configurações de arte. Após temporada em Petrolina (PE) e Senhor do Bonfim (BA), a exposição segue para o campus da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em São Raimundo Nonato (PI), a partir do dia 18, no hall da biblioteca do Campus Serra da Capivara. A mostra continuará disponível para visitação gratuita até o dia 11 de julho, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
Entre os trabalhos expostos estão cartazes, ilustrações, panfletos e lambes (pôster artístico de tamanho variado que é colado em espaços públicos), que foram coletados e disponibilizados por artistas que utilizam a arte urbana e impressa como ferramenta. Um exemplo é o artista multimídia paulistano, Guto Lacaz, que assina a maior parte das obras presentes nesta exposição. Participam também artistas e coletivos de Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), São Paulo (SP). Todas as obras foram cedidas por eles, voluntariamente, para exibição.
Além disso, a exposição é um desdobramento da I Feira de Arte, Cultura e Ações Comunitárias (FACA), que aconteceu em julho de 2018, em Juazeiro (BA), e que culminou em processos de partilha entre os artistas locais e de outras cidades. A produtora cultural e uma das organizadoras do "Formato Impresso", Déba Viana Tacana, destaca que essa é uma oportunidade de pensar as diferentes formas de acesso, circulação da obra e, também, de conteúdo. "As obras selecionadas oferecem a condição de superar a questão estética porque trazem um conteúdo político que, na atual conjuntura, está nos custando muito caro: o diálogo, a comunicação", aponta.
O "Formato Impresso" é uma produção da Diretoria de Arte, Cultura e Ações Comunitárias (DACC), da Pró-reitoria de Extensão (Proex) e se diferencia das exposições impressas realizadas anteriormente ao substituir a linguagem fotográfica por cartazes. "Trata-se de uma produção estética que geralmente é descartada, estão nos murais, mas nunca em um local de exposição. Resgatar esses formatos e trazê-los para a galeria proporciona um deslocamento do produto final, mas também uma mudança de conceito", analisa o Diretor da DACC, Edson Macalini.