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Plásticos não recicláveis: quais são e o que fazer
A maioria dos plásticos é reciclável. No entanto, ainda existem alguns plásticos não recicláveis. Confira as possibilidades de descarte
Imagem: Hello I'm Nik on Unsplash
É possível afirmar que a maior parte dos plásticos pode ser reciclada. No entanto, ainda há certos tipos de plásticos não recicláveis que incomodam bastante os consumidores conscientes na hora do descarte. Mas não precisa ficar tão preocupado. A tecnologia tende a evoluir e novas maneiras de se reciclar ou reaproveitar partes ou a totalidade dos objetos feitos com plástico (atualmente) não reciclável podem ser descobertas.
Um exemplo recente de material não reciclável que está avançando com a tecnologia é a fralda descartável. Na Inglaterra, uma empresa canadense já inaugurou uma fábrica que recicla o material, separando o plástico da parte orgânica e esterilizando-o. Até cogumelos podem ser eficientes nesse tipo de processo! A planta fabril em questão também lida com absorventes, mas copos de silicone reutilizáveis podem ser alternativas viáveis.
Agora que você já tem uma ideia sobre como é difícil afirmar que determinado item não é reciclável (a tecnologia pode evoluir), conheça os plásticos não recicláveis com os quais lidamos por enquanto e confira dicas sobre o que fazer com eles para amenizar os danos à saúde humana e ao meio ambiente.
Plásticos não recicláveis
Plásticos usados na indústria eletro-eletrônica
Tecnicamente conhecidos como termorrígidos, são plásticos não recicláveis usados na produção de alguns computadores, telefones e eletrodomésticos. Atualmente, na cidade de São Paulo, diversos produtos eletrônicos são recolhidos pelo Centro de Descarte e Reuso de Gestão Ambiental (Cedir) na USP. Pesquisadores do departamento de engenharia química da universidade holandesa de Groningen desenvolveram um novo material plástico reciclável para componentes eletrônicos. Ele pode ser fundido e remodelado sem perder sua rigidez original e sua resistência ao calor. É um possível substituto dos termorrígidos no futuro, além de ser reciclável.
Plástico tipo celofane
Normalmente, esses plásticos não recicláveis são destinados para incineração ou reciclagem energética (processo que no Brasil só existe como modelo de estudos, sem viabilidade prática). No entanto, um estudo feito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mostrou a possibilidade de utilização do celofane pós-consumo na fabricação de bandejas de polpa de celulose para acondicionamento, transporte e proteção de hortifrutigranjeiros.
Espuma
O destino desses plásticos não recicláveis, como o isopor e o EVA, costuma ser o aterro sanitário ou a incineração. Materiais feitos com misturas de plásticos, como as esponjas de lavar louça, também se inserem nesse grupo, pois sua reciclagem é dificultada pela mistura de plásticos. Estudos apontam a possibilidade de incorporar a espuma rígida (feita de poliuretano rígido - PUR) na produção de blocos de cimentos e argamassa.
Embalagem a vácuo e metalizadas
Incineração ou reciclagem energética são as ações mais recomendadas no caso das embalagens a vácuo. Já as embalagens metalizadas, como de salgadinhos e outros alimentos processados e ultraprocessados, são feitas com plástico BOPP e em tese são recicláveis, mas na prática esse material é constituído por uma mistura de plásticos, o que dificulta muito o processo de reciclagem dessas embalagens.
Fraldas descartáveis e absorventes
No Brasil ainda não dispomos de usinas para a reciclagem desses materiais. O Reino Unido e o Canadá, no entanto, já fazem a reciclagem de fraldas e absorventes descartáveis, como vimos acima. Como alternativa, no caso dos bebês, podemos substituir as fraldas descartáveis pelas de algodão. Já as mulheres em período menstrual podem optar pelo uso de coletores menstruais ou absorventes de pano reutilizáveis.
Cabo de panela
Incineração ou reciclagem energética são as ações mais recomendadas para cabos de panela feitos de plástico. O ideal é optar por panelas que sejam 100% recicláveis, como as de aço inoxidável e as de ferro.
Tomada
Incineração ou reciclagem energética são as ações mais recomendadas para esses tipos de plásticos não recicláveis. Os estudos realizados pelos pesquisadores holandeses (mencionados acima, no item dos plásticos termorrígidos) apontam que possam surgir alternativas para a fabricação de um plástico que tenha as mesmas qualidades dos termorrígidos, porém com a vantagem de ser reciclável.
Adesivo
Incineração ou reciclagem energética são as ações mais recomendadas - de modo que o ideal, por enquanto, é evitar o consumo desses plásticos não recicláveis.
Reciclagem energética
Infelizmente, ainda não existe a solução de reciclagem energética no Brasil. Esse processo, em que ocorre a incineração e transformação do resíduo em energia, seria uma das formas mais viáveis de destinar corretamente os plásticos não recicláveis. Nesse caso, o "menos pior" seria tentar prolongar a vida útil dos seus objetos por meio de upcycling (dar uma outra finalidade para um item antigo), caso que não se aplica a todos os produtos descritos acima, já que não é possível reutilizar fraldas ou adesivos, mas celofane, cabos de panela, tomadas e outros tipos de plástico podem se transformar, com criatividade, em objetos de decoração.
Mas se não tiver mesmo jeito, o que se recomenda é a destinação em aterros sanitários, que, teoricamente, têm um acondicionamento mais organizado, evitando danos a lençóis freáticos, por exemplo.
Além das descobertas tecnológicas que poderão solucionar o problema dos plásticos não recicláveis, é importante destacar que a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sancionada em 2010, tem um papel fundamental para que as empresas arquem com as consequências dos produtos que fabricam e tomem sua parte na logística reversa dos produtos não recicláveis.
Fonte: eCycle