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Cemafauna participa de Consulta Pública para criação de APA e Revis da Ararinha-azul
O Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna), da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), a convite da Camile Lugarini, responsável pelo Plano de Ação Nacional para Conservação da Ararinha-azul, é um dos parceiros do ‘Projeto Ararinha na Natureza’ do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Representantes do coordenador do Centro, o professor Luiz Cezar Pereira, participaram das consultas públicas para a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) e do Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-azul (Revis) nos dias 29 e 31 de julho, respectivamente, em Juazeiro e Curaçá-BA.
No ano passado, os ornitólogos Karlla Rios e Paulo de Tarso Sambugaro participaram da Expedição ‘Em busca da Ararinha-azul’ liderada pela SAVE Brasil e ICMBio, com o objetivo de reencontrar o indivíduo de ararinha-azul na região de Curaçá, interior da Bahia, berço da espécie, onde foram feitos registros por vídeos de autoria de Lourdes Oliveira e de sua filha Damilys Oliveira. Neste ano, todos os esforços estão voltados para a criação da Área de Proteção Ambiental e do Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-azul, ambos unidades de conservação. Segundo informações do ICMBio, as consultas aconteceram com o intuito de informar à comunidade sobre a definição, localização e dimensão dos limites dessas áreas, além de explanar sobre as implicações para a população que mora dentro e nas proximidades da APA e do Revis.
“Os benefícios de se estabelecer essas unidades de conservação são inúmeros, dentre eles, garantir que a Caatinga seja preservada, principalmente fragmentos de mata ciliar e savana estépica já que são as áreas que promovem o ciclo de vida da ararinha-azul”, afirmou o biólogo Paulo de Tarso.
Curaçá e Juazeiro apresentam uma vegetação de savana estépica parque, a qual aparece bem pouco representada nas áreas protegidas da Caatinga. Além disso, foram área de ocorrência da ararinha-azul antes de sua extinção, principalmente, devido ao intenso tráfico de animais silvestres. De acordo com a IUCN Red List, a ararinha-azul é considerada extinta na natureza desde o ano de 2000, devido, principalmente, à captura para o comércio ilegal e perda de hábitat. Atualmente, existem mais de 150 indivíduos da espécie em cativeiro, em projetos de reprodução no Catar, na Alemanha, na Suíça e no Brasil. Os pesquisadores estão otimistas e preveem as primeiras solturas de alguns indivíduos da espécie no ano de 2019.
O coordenador do Cemafauna, Luiz Cezar Pereira, ressalta a importância de o Centro participar desse processo. “Nós estamos como apoio logístico e de recursos humanos ao enviarmos biólogos especialistas em aves para acompanharem tudo isso. Para que no futuro possamos ver novamente a ararinha-azul em abundância na natureza, precisamos trabalhar de maneira intensa hoje pelo seu ciclo de vida e combater o tráfico de animais silvestres através também de ações de cunho educativo, em parceria com os órgãos fiscalizadores e envolvidos com o meio ambiente como ICMBio, IBAMA, Ministério Público, entre outros.”, disse Pereira.