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Espaço Plural da Univasf terá agrofloresta com espécies diversas
Área onde será implantada a Agrofloresta do Espaço Plural - Francisco Roberto Caporal. /Foto: Arquivo do Programa.
Com o intuito de trazer experiências inovadoras para a região e valorizar o aspecto multiuso do ambiente, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) irá implantar um sistema agroflorestal no Espaço Plural, em Juazeiro (BA). A ação será desenvolvida pelo Programa de Extensão “Agrofloresta do Espaço Plural – Francisco Roberto Caporal”, que iniciou as atividades neste mês de fevereiro. A iniciativa irá possibilitar que o espaço receba agricultores e se torne um campo de ação para os discentes, que poderão acompanhar e realizar pesquisas ao longo do crescimento da agrofloresta.
Batizado como “Agrofloresta do Espaço Plural – Francisco Roberto Caporal” o programa presta homenagem ao professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Francisco Roberto Caporal, um dos grandes nomes da Agroecologia e da Extensão Rural no Brasil, que faleceu em abril de 2021. Ele era membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial (PPGADT) – Doutorado Profissional, ofertado em associação ampla pela Univasf, UFRPE e Universidade do Estado da Bahia (Uneb), com turmas no Espaço Plural.
O programa de extensão é coordenado por Bruno Cezar Silva, professor do Mestrado Profissional em Administração Pública em Rede Nacional (Profiap) e egresso do PPGADT; René Cordeiro, professor do Colegiado de Medicina Veterinária e coordenador do Sisteminha Embrapa; e Daniel Salgado Pifano, professor do Colegiado de Ciências Biológicas e coordenador do Programa de Conservação de Fauna e Flora do Projeto de Integração do São Francisco (PISF) e do Centro de Estudos em Biologia Vegetal (Cebive). A iniciativa conta com o apoio da pró-reitora de Extensão da Univasf, Lucia Marisy. O programa tem a participação de estudantes, servidores da Universidade e de pessoas da comunidade externa.
O Espaço Plural já conta com sistemas produtivos manejados através da agricultura familiar, como a horta comunitária e o projeto de extensão Sisteminha Embrapa. A implantação do sistema agroflorestal irá complementar as ações que já estão em andamento e prover para o espaço uma área verde visualmente agradável e ecologicamente viável, onde poderão ser mantidas espécies vegetais com finalidades e usos que atendam as demandas do local e da comunidade.
Planta da agrofloresta: programa terá espécies diversas, sistema de irrigação e ecoponto.
A agrofloresta será dividida em quatro áreas, conforme a planta (acima e neste link) elaborada pelo arquiteto da Univasf Fernando Kursancew. Haverá um espaço com flores (Área 1), um bosque de espécies frutíferas (Área 2), outro bosque de espécies nativas da Caatinga (Área 3) e uma área destinada ao cultivo de grãos e pastagem (Área 4). Todas contarão com um sistema de irrigação apropriado. As mudas que serão plantadas no local serão produzidas pelo Programa, utilizando para isso recipientes plásticos reutilizados. No centro de cada uma das áreas, será instalado um ecoponto para coleta de materiais recicláveis.
O programa também visa promover a conscientização sobre a importância do sistema agroflorestal, que se caracteriza pela produção, na mesma área, de culturas agrícolas com espécies florestais, que podem ser combinadas com a criação de animais. Entre as ações previstas destaca-se ainda a capacitação das pessoas envolvidas, para que possam desenvolver ações semelhantes em outras áreas.
Segundo Bruno Silva, que também é pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da Univasf, a implantação de um sistema agroflorestal com base em espécies nativas é uma grande oportunidade de destacar a beleza, diversidade e utilidade que envolvem a Caatinga. “A ação terá o potencial de desenvolver, ao longo de sua execução, uma valorização da sensação de pertencimento dos atores envolvidos com o meio circundante, que passarão a reconhecer a importância da preservação e conservação dos recursos naturais e da biodiversidade”, enfatiza. Ele considera que a capacitação e a conscientização que serão promovidas durante o programa representam seu legado mais duradouro, podendo influenciar a criação de iniciativas similares em diversos locais no futuro.