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Cartilha do Nuceu com orientações para processos de ensino-aprendizagem remotos será lançada em live amanhã (3)
As dificuldades relativas ao ensino remoto emergencial narradas por estudantes e docentes nas atividades desenvolvidas pelo Núcleo de Cuidado ao Estudante Universitário do Semiárido (Nuceu) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) levaram à elaboração da Cartilha de Orientações para Processos de Ensino-Aprendizagem Remotos com Saúde e Qualidade de Vida. A publicação, organizada pela equipe do Nuceu, será lançada nesta quarta-feira (3) com uma live, que acontecerá às 11h, pelo canal do Colegiado de Psicologia (CPSI) no YouTube.
A live de lançamento terá a participação da coordenadora do Nuceu, professora Shirley Macêdo, e do professor Adriano Holanda, do Laboratório de Fenomenologia e Subjetividade (LabFeno), da Universidade Federal do Paraná (UFPR). De acordo com a professora Shirley, a live será um bate-papo com os espectadores. “Certamente provocaremos a plateia sobre esses processos psicossociais que estão presentes nas entrelinhas dos processos de ensino-aprendizagem remotos”, afirma.
A cartilha contextualiza o ensino remoto emergencial e seu papel na manutenção das atividades letivas no ensino superior em virtude do cenário da pandemia de Covid-19. O Nuceu realizou um levantamento com universitários e docentes via questionário on-line, em dezembro de 2020, para verificar se as proposições apresentadas estavam relacionadas às reais condições de realização do processo de ensino-aprendizagem remoto nas Instituições de Ensino Superior (IES). Durante uma semana, cerca de 100 pessoas de diversas IES responderam ao questionário.
“Os resultados comprovaram aquilo que já vinha sendo narrado em oficinas, grupos interventivos, salas de aula remota, lives etc: dificuldade do discente com o manejo do tempo, excesso de trabalhos a serem realizados, dificuldades com queda de rede de internet, desmotivação frente às aulas remotas, precários recursos informatizados, dificuldade docente de adaptação ao ensino remoto e às plataformas digitais, muitas atividades para serem realizadas ao mesmo tempo, dificuldade de concentração das aulas frente a conflitos familiares, interrupção das aulas por pessoas da família, muitas atividades assíncronas, sobrecarga de trabalho docente, cansaço do excesso de tempo na tela, falta de espaço adequado em casa para estudo, conflitos com colegas nos trabalhos em grupo, distúrbios de sono”, relata a docente.
A partir dessas constatações, a equipe do Nuceu, com apoio do Grupo de Trabalho Fenomenologia, Saúde e Processos Psicológicos (ANPEPP), do Laboratório de Práticas Transdisciplinares em Saúde e Educação (Letrans), da Univasf, e do Laboratório de Fenomenologia e Subjetividade, da UFPR, estruturou as orientações presentes na Cartilha com base em quatro blocos: gestão de si, gestão do tempo, gestão do espaço/lugar, gestão das relações. “Esperamos que a comunidade acadêmica possa ter em mãos orientações para favorecer que o ensino superior remoto seja vivido com mais saúde e qualidade de vida, embora tenhamos ciência da complexidade de fatores psicossociais que ocorrem nas entrelinhas dos processos de ensino-aprendizagem remotos, como por exemplo, receio de não concluir o curso no prazo desejado, optar por trabalhar para poder sobreviver e precisar faltar aulas síncronas, relações de trabalho precarizadas, resistência ao novo, relações de poder”, comenta Shirley.
A Cartilha de Orientações para Processos de Ensino-Aprendizagem Remotos com Saúde e Qualidade de Vida está disponível para download nesse link.