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Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC) da Univasf promove inclusão digital para comunidades rurais da região

publicado: 18/08/2017 16h43 última modificação: 18/08/2017 16h43
João Pedro Ramalho
Exibir carrossel de imagens Mônica Santos Aula no CRC Univasf: programa de inclusão digital capacita jovens e adultos da região.

Aula no CRC Univasf: programa de inclusão digital capacita jovens e adultos da região.

A internet e as ferramentas digitais estão por toda parte. Pelo menos, é o que aparenta para as pessoas que têm acesso a elas. Entretanto, grande parte das populações rurais e grupos como quilombolas, indígenas e ribeirinhos não vivem essa mesma realidade. Como parte da política de inclusão digital, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações coordena os Centros de Recondicionamento de Computadores (CRC), implantados em 12 cidades do Brasil. A iniciativa trabalha com a recuperação de computadores em desuso, a capacitação de jovens, adultos e idosos e a implantação de telecentros de informática nas comunidades rurais. O Vale do São Francisco é uma das regiões contempladas com uma unidade do CRC, que é coordenada pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), por meio da Pró-Reitoria de Extensão (Proex).

O CRC Univasf funciona no Espaço Plural, em Juazeiro (BA), e sua área de abrangência inclui 57 municípios dos territórios do Sertão do São Francisco, do Piemonte Norte do Itapicuru e de Itaparica, na Bahia; do Sertão do São Francisco, em Pernambuco; e da Serra da Capivara, no Piauí. Serão 1,7 mil pessoas capacitadas em cursos de Informática Básica, FIC Montagem e Manutenção de Computadores e Instalação e Manutenção de Sistema Operacional. Após o curso, essas pessoas atuarão como multiplicadoras desses conhecimentos em suas comunidades, trabalhando nos telecentros, que serão instalados a partir de setembro. A conclusão da instalação desses computadores nas comunidades deve ocorrer em dezembro, enquanto a capacitação de todos os alunos será finalizada em julho de 2018.

A recepção dos computadores pelo CRC Univasf é constante e tem ocorrido através de doações de órgãos públicos. Já o recondicionamento é feito pela equipe do Centro, composta por três técnicos de informática. Os computadores que não são recuperados totalmente têm algumas peças reaproveitadas, enquanto o restante é encaminhado para o descarte adequado. Até agora, chegaram ao Espaço Plural aproximadamente 400 máquinas, com 200 delas já recondicionadas e aptas para distribuição nos futuros telecentros.

Uma vez que os computadores são recondicionados, passam a ser utilizados nos cursos de capacitação. Há dois meses, o Espaço Plural recebe cerca de 100 pessoas por semana, que foram selecionadas previamente pelos líderes de suas comunidades, em um total proporcional à população de cada município. Os alunos ficam alojados no local e assistem às aulas ministradas por técnicos e professores da Univasf. Após a conclusão do curso, recebem certificados e poderão atuar como multiplicadores em seus locais de origem, bem como buscar inserção no mercado de trabalho.

Juciara dos Santos Cardoso mora na Fazenda do Morro da Catingueira, em Curaçá (BA), e esteve no Espaço Plural com outras seis pessoas da comunidade para assistir ao curso. Ela contou que, após as primeiras aulas, teve uma mudança na forma como compreendia o funcionamento dos computadores. Além disso, ela viu no curso oferecido pelo CRC uma importância tanto pessoal quanto coletiva. “Eu já tive uma proposta de emprego, mas acabei perdendo, porque não tinha noção de como mexer no computador. Por isso, eu tive interesse em vir. E quando a gente veio para cá, a comunidade toda ficou bem ansiosa. O nosso objetivo é aprender tudo, dar o melhor de nós, para quando chegarmos lá, passar para eles de forma excelente”, afirmou Juciara.

Já Orlando José Vieira de Araújo veio de Teixeira, comunidade do interior de Sobradinho (BA). Para ele, a iniciativa do CRC irá facilitar o cotidiano das pessoas que lidam com computadores. “A gente passa a perceber simples defeitos no computador que não precisam ser levados a conserto. Como a gente vai ensinar outras pessoas, dá para evitar pagar um absurdo por algo que pode resolver até em casa”, comentou Araújo.

De acordo com Márcia Bento, coordenadora do CRC Univasf e professora do Colegiado de Medicina Veterinária, a capacitação dessas populações e a implantação de telecentros nas comunidades possibilitam não somente o acesso, mas o empoderamento digital, compreendido como o conhecimento na criação de endereços eletrônicos, páginas em redes sociais, entre outras ferramentas. “Isso permite que essas pessoas divulguem seus produtos, e, com isso, possam melhorar suas condições de vida. O objetivo final é reduzir a zero o analfabetismo digital”, declarou.