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Crianças embarcam nas aventuras do projeto Trilha da Matemática

Atividades acontecem até amanhã (28), no Centro de Cultura João Gilberto, em Juazeiro.

publicado: 27/02/2018 12h01 última modificação: 27/02/2018 12h01
Mônica Santos
Exibir carrossel de imagens Ludimilla Andrade Mundo lúdico da matemática é apresentado a estudantes de escolas públicas e privadas.

Mundo lúdico da matemática é apresentado a estudantes de escolas públicas e privadas.

Com curiosidade e animação, mais de 300 crianças de cinco escolas públicas e privadas da região foram, ontem (26) pela manhã, ao Centro de Cultura João Gilberto, em Juazeiro (BA), percorrer a Trilha da Matemática. O projeto é organizado pelo Espaço Arte, Ciência e Cultura (EACC) e pelo Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (Profmat), da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O evento acontece até amanhã (28) e recebe estudantes de escolas públicas e privadas e também o público em geral, das 9h às 12h e das 14h às 17h.

As atividades são guiadas por 21 monitores voluntários, de diversos cursos, que receberam capacitação do Profmat para explicar os princípios matemáticos das atividades e também passaram por um treinamento sobre inclusão, com o Núcleo de Práticas Sociais Inclusivas (NPSI) da Univasf. A trilha foi pensada como programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2017, que teve como tema “A matemática está em tudo”.

A programação da trilha conta com instalações como a geodésica, uma estrutura que demonstra as relações matemáticas estruturais presente nos triângulos, e a alavanca, que mostra como tornar algo mais leve mudando a distância de aplicação da força. Além disso, há uma oficina de música, que mostra a correlação entre a matemática e a formação da escala musical tradicional, e uma oficina sobre sólidos geométricos, em que, utilizando canudos e linhas os visitantes podem montar estruturas geométricas e compreender os cálculos de volume e área.

No Lounge da Matemática, o público pode participar de jogos como dominó, twister, tangram e cubo mágico, adaptados com questões matemáticas. Outra atividade do projeto é a apresentação da peça teatral “Matemonstrika - Uma Aventura na Trilha da Matemática”, escrita pelo professor do Profmat Alison Melo. As sessões teatrais são realizadas às 9h e às 14h.

No colégio onde estuda, a Escola Municipal Paulo VI, em Juazeiro, a matéria preferida de Ana Paula Rodrigues, de 10 anos, é português, mas, ontem, ela se encantou pela matemática e a achou muito divertida. “Aqui é tudo animado, tem várias pessoas e os jogos são bem divertidos, diferente de como a matemática é na sala de aula. Amanhã, vou voltar pra escola e ver que a matemática que está no livro pode ser legal também”, contou.

Já o professor de física e matemática João da Paz, da Escola Estadual Guiomar Barreto Meira, em Juazeiro, ressaltou a importância de tirar a matemática do imaginário e trazer para o real pedagógico. “Mostrar o tetraedro, por exemplo, da forma como ele é, e não apenas um desenho no livro, ajuda as crianças a visualizarem e me ajuda em sala de aula, mudando a minha maneira de trabalhar e me incentivando a buscar novas formas de ensinar. Por exemplo, nunca tinha visto trabalharem matemática por meio do teatro e estou achando muito interessante”, disse o professor.

Irlan Bruno Santos é estudante de história e estagiário do EACC e ajudou a desenvolver os jogos matemáticos. “Recebemos o treinamento com o Profmat e com o NPSI e, a partir, disso, pensamos em brincadeiras acessíveis, como o twister e a trilha tátil, por exemplo. A importância desse momento, para mim, é o ensino da matemática de uma forma leve, até no nome da peça Matemonstrika, que traz a matemática como algo monstruoso. Queremos desconstruir essa ideia e mostrar que ela pode ser utilizada em vários tipos de ensino de outras áreas”, afirmou.

A coordenadora do EACC e organizadora do evento, Mônica Ribas, ressalta a oportunidade que as crianças estão tendo em despertar o interesse pela matemática e como isso pode influenciar o seu futuro. “As crianças dificilmente têm acesso a momentos como esse, em que saem da sala de aula e têm liberdade para fazer experimentos e brincadeiras. A nossa proposta é mostrar que a matemática não precisa ser chata e oferecer, assim, um diferencial em suas formações pedagógicas”, declarou Mônica.