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Documentário de estudantes de Antropologia da Univasf recebe menção honrosa no Prêmio Mariza Corrêa

publicado: 07/12/2021 14h19 última modificação: 07/12/2021 14h19
Júlia R. Mendes


O documentário conta histórias por trás das casas abandonadas na comunidade São José, zona rural de São Raimundo Nonato.

Contar as histórias por trás das casas abandonadas, localizadas no município de São Raimundo Nonato (PI). Esse é o objetivo do documentário “História de lugares que só existem na memória”, produzido pelo egresso Edmar Mota e pelo discente Marcos Santos do curso de Antropologia, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). A produção de 40 minutos recebeu menção honrosa no Prêmio Mariza Corrêa, que aconteceu de 16 a 19 de novembro. A obra mostra as casas abandonadas e as memórias das pessoas que viveram nelas.

O roteiro da obra é assinado por Edmar Mota, que divide a direção com Marcos Santos. O projeto começou quando ambos eram discentes de Antropologia. As gravações ocorreram no último mês de agosto na comunidade São José, zona rural de São Raimundo Nonato, onde Santos e Mota viveram durante a infância. O documentário foi realizado com a colaboração dos moradores e dos familiares dos antigos proprietários das casas abandonadas. A produção audiovisual pode ser encontrada gratuitamente, por tempo limitado, neste link.

Segundo Mota, o curso de Antropologia influencia fortemente as maneiras como os alunos olham e percebem os aspectos do cotidiano. “O documentário nasceu nesse contexto de ‘olhar de novo o que passamos a vida vendo’ e pensar sobre os significados disso. A ideia foi convidar as pessoas que moravam ali a revisitar os locais, rememorar e falar suas memórias para a câmera”, afirma.

O “Histórias de lugares que só vivem na memória” faz uma mistura de memórias, cenários e sons, para contar as histórias vividas em quatro casas. Três dessas casas são reais e uma fictícia, que aparece em som, na história “A casa de Héstia”, contada pela viola de dez cordas do violeiro Rainer Miranda Brito, professor do Colegiado de Antropologia (CANT), que faz parte da trilha sonora do documentário.

O discente Marcos Santos, conhecido como Dudu Santos, que foi convidado a desenvolver o documentário com Mota, está na reta final do curso e explica que muitos dos antropólogos que vieram a palestrar nos eventos organizados pelo CANT, falavam sobre produzir algo relevante para a população. “Acho que essa visão influenciou para que fizéssemos coisas relacionadas ao meio em que estamos inseridos. Quando Edmar me falou sobre a ideia desse documentário, me lembrei disso e fiquei muito animado”, relembra.

Mota, que no período de filmagem estava na reta final do curso, explica que a produção foi realizada com a vontade de fazer e registrar as histórias, pois, o material era emprestado e não havia recurso financeiro. “A comunidade acolheu a ideia e ajudou grandiosamente na realização do documentário. Essa menção honrosa significa muito para nós e para todas as pessoas que contribuíram de alguma forma”, ressalta.

Para Santos é muito gratificante ter uma produção com reconhecimento. “Mesmo com o baixo orçamento, ter um trabalho nosso reconhecido é muito importante. Isso mostra que conseguimos produzir coisas de qualidade, pois somos jovens e a juventude é muito criticada. Acho que os jovens de São Raimundo Nonato estão produzindo muita coisa e ainda tem muita gente para ganhar prêmios na região”.

O Prêmio Mariza Corrêa é realizado durante as Jornadas de Antropologia John Monteiro, evento organizado pelo corpo discente do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que ocorreu de 16 a 19 de novembro. A premiação é uma parceria com a PROA: Revista de Antropologia e Arte. O Prêmio Mariza Corrêa busca estimular e reconhecer as produções fotográficas e audiovisuais em diálogo com a Antropologia. Mais informações sobre a edição deste ano podem ser encontradas no site.