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Estudante de Zootecnia da Univasf foi premiado durante o XII Congresso Nordestino de Produção Animal (CNPA)
O estudante do 8º período de Zootecnia da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) Lucas Gabriel Pinheiro Maciel Pessoa recebeu menção honrosa no XII Congresso Nordestino de Produção Animal (CNPA), realizado no Campus Juazeiro (BA) da Univasf, de 14 a 16 de novembro. Seu trabalho, intitulado “Respostas fisiológicas de ovelhas lanadas e deslanadas submetidas à condição de estresse térmico em região semiárida”, foi inscrito na subárea “Ambiência, Bioclimatologia, Comportamento e Bem-Estar Animal” e ganhou o Prêmio Jair de Araújo Marques, concedido também a resumos expandidos em outras seis categorias.
O resumo apresentado no CNPA teve a orientação do professor do Colegiado de Zootecnia (CZOO) da Univasf David Rocha. O trabalho surgiu da pesquisa de mestrado de Inti Campos Salles Rodrigues, egresso da Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Universidade Estadual do Ceará (UECE), que desenvolveu esse estudo no Laboratório de Bioclimatologia e Meteorologia, situado no Campus Ciências Agrárias da Univasf. A pesquisa de mestrado foi orientada pelo professor da UECE Airton Alencar de Araújo e teve a colaboração da professora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) Maria Gorete Flores Salles, da professora do CZOO Sandra Mari Yamamoto e do então estudante de Zootecnia, hoje graduado, Flávio Barbosa Matias.
A parte experimental da pesquisa foi realizada durante os meses de setembro e outubro de 2015, considerados os mais quentes do ano, e teve o objetivo de avaliar a tolerância e a resposta fisiológica de raças de ovelhas com e sem lã, expostas a diferentes situações de insolação. Os parâmetros analisados foram as frequências cardíaca e respiratória e as temperaturas retal e superficial. Inicialmente, as medições eram feitas com os animais na sombra. Em seguida, eles eram mantidos por uma hora sob o sol, com céu aberto. Após esse período, eram levados novamente para a sombra e uma nova coleta de dados era realizada. Por fim, depois de duas horas, os parâmetros eram medidos novamente.
Os resultados demonstraram como os animais lanados, que não são nativos do Semiárido e estão mais adaptados a climas temperados, tornam-se mais estressados quando criados em condições extensivas e de sequeiro. Isto impede, assim, que as ovelhas expressem todo o seu potencial genético. Por outro lado, os ovinos deslanados são mais adaptados ao clima da região e produzem de maneira mais adequada.
Para o professor David Rocha, a realização da pesquisa e sua premiação no CNPA são uma demonstração do comprometimento da Universidade com a melhoria das condições de produção no Semiárido. “Essa menção honrosa consolida o nosso grupo de pesquisa, o Núcleo de Estudos em Bioclimatologia e Ambiência Animal (NEBIO), e mostra como a Univasf desenvolve trabalhos importantes para o pequeno produtor e para o desenvolvimento da região”, afirma Rocha.
Estudante premiado – Durante o desenvolvimento da pesquisa, Lucas Gabriel Pessoa já era bolsista no NEBIO pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O discente colaborou com o desenvolvimento do projeto, a coleta dos dados e a avaliação dos resultados e foi responsável pela redação do resumo expandido. Ele conta que a experiência nesses diferentes estágios foi positiva, especialmente com a escrita científica. “Eu aprendi muito com a confecção do resumo, porque precisei ler e estudar vários artigos, para escrever de forma completa e eficiente”, explica.
O trabalho submetido por Pessoa foi selecionado entre os três melhores da categoria para apresentação oral durante o Congresso, recebendo posteriormente o Prêmio Jair de Araújo Marques. O estudante relata que ficou feliz com a premiação e acredita que ela irá contribuir para sua carreira profissional e científica. Já seu orientador considera que o processo, desde a pesquisa até a participação no CNPA e o recebimento da menção honrosa, foi importante para complementar a formação do discente. “Essas experiências também facilitam o desenvolvimento de outras habilidades, como o senso crítico, e a integração com outros discentes de graduação e pós-graduação e pesquisadores de outras instituições”, afirma David Rocha.