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Estudantes da Univasf apresentam trabalhos no XXII Congresso da Sociedade de Arqueologia Brasileira
O professor Gustavo Neves de Souza orientou os trabalhos e participou de Seminário Temático do Congresso.
Dois trabalhos realizados por estudantes do curso de Arqueologia e Preservação Patrimonial, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), foram apresentados no XXII Congresso da Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB), maior evento da área no Brasil. Edson de Oliveira Silva e Gabriela Peres de Oliveira apresentaram pesquisas sobre a coleção de artefatos líticos do sítio arqueológico Areias, situado em Floresta (PE), descoberto durante as obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco (Pisf). Os trabalhos foram orientados pelo docente Gustavo Neves de Souza, que também participou de simpósio temático no evento. O congresso foi realizado entre os dias 13 e 17 de novembro, na cidade de Florianópolis (SC), e reuniu cerca de 700 pessoas, entre pesquisadores e profissionais da área.
As pesquisas dos discentes da Univasf, apresentadas na sessão de comunicações orais avulsas, foram desenvolvidas no Laboratório de Arqueologia Pré-Histórica (LAPHIS) do Campus Serra da Capivara e trazem resultados parciais dos seus Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC). Edson Silva apresentou o trabalho intitulado “Análise tecnológica dos artefatos líticos do sítio arqueológico Areias na mesorregião do São Francisco Pernambucano”, que teve o objetivo de analisar os artefatos do sítio para entender padrões técnicos e as escolhas dos produtores desses objetos. “Os dados trazidos preencheram lacunas no conhecimento arqueológico da área, da tecnologia do grupo produtor e da pré-história no Nordeste brasileiro”, explica o estudante.
Edson Silva se apresentou na mesa sobre Estudos de Tecnologia. |
Silva afirma que a experiência de apresentar seu trabalho em um congresso nacional foi enriquecedora. “Participar do Congresso da SAB proporcionou uma oportunidade de imergir no que há de mais relevante na arqueologia brasileira no pós-pandemia. O evento permitiu não só o reconhecimento dos conhecimentos adquiridos na graduação, mas também a troca de experiências significativas com os autores e outros profissionais da área”, ressalta.
Intitulada "As cadeias operatórias do material lítico lascado em silexito e arenito silicificado: uma abordagem tecnológica do Sítio Areias do município de Floresta/PE", a pesquisa apresentada por Gabriela de Oliveira visou contribuir para o entendimento do domínio técnico envolvido nas etapas de produção e utilização dos artefatos encontrados em Areias. “O sítio conta com mais de mil peças coletadas em superfície, apresentando variedade de matérias-primas. Nós nos dedicamos à identificação dos processos sucessivos que englobam o conceito de cadeia operatória, desde a aquisição da matéria-prima até o seu abandono ou reuso”, conta Gabriela.
Gabriela durante apresentação no Congresso. |
A apresentação do docente do Colegiado de Arqueologia e Preservação Patrimonial Gustavo Neves no simpósio temático “Tecnologias Líticas” tratou sobre análise dos estigmas tecnológicos em artefatos polidos: abordagens possíveis sobre artefatos de dois sambaquis da costa Sul do Brasil. “Minha apresentação se debruçou sobre uma análise comparativa das tecnologias envolvidas na produção de lâminas de pedra polida, provenientes de sítios arqueológicos da costa do Paraná e de Santa Catarina, datados entre 3.000 e 4.000 anos atrás, aproximadamente, possibilitando uma compreensão mais ampla dos modos de vida de populações bem estabelecidas na costa brasileira”, relata.
Neves ficou orgulhoso ao ver o reconhecimento dos trabalhos apresentados pelos estudantes da Univasf. “Foi gratificante ver jovens pesquisadores como Edson e Gabriela, meus orientandos, apresentando seus trabalhos em um evento tão especial e sendo tão bem recebidos. Uma recém-egressa do curso, a agora profissional em Arqueologia, Caroline Macedo também apresentou um trabalho em um simpósio temático sobre as pinturas rupestres da Serra da Capivara, mostrando o potencial que o nosso curso tem de formação de profissionais comprometidos com o engajamento nos debates acadêmicos de ponta”, enfatiza.
Com o tema “Arqueologias Plurais: políticas patrimoniais e desafios contemporâneos”, o XXII Congresso da Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB) foi promovido com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Durante o evento, foram realizadas conferências, mesas redondas, workshops, lançamentos de livros, além de apresentações em simpósios temáticos e comunicações avulsas.