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Estudantes da Univasf conquistam prêmios no XV Simpósio Brasileiro de Engenharia de Sistemas Computacionais
Equipe do projeto Tellus recebe prêmio do professor Alexandre Belleti (IFSP) pelo 3º lugar geral na ESC 2025. /Fotos: Arquivo pessoal.
Estudantes de Engenharia da Computação e Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) foram premiados na Competição de Sistemas Embarcados no Brasil (ESC 2025), durante o XV Simpósio Brasileiro de Engenharia de Sistemas Computacionais (SBESC), organizado pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC). O evento aconteceu em Campinas (SP), nos dias 24 a 27 de novembro, e a Univasf esteve presente com sete equipes, tendo duas vencedoras. Os discentes da Univasf conquistaram o 3º lugar geral e o prêmio de Excelência em Inovação.
Foi premiado com o 3º lugar geral o projeto “Tellus: Tecnologia embarcada para análise de carbono no solo”, desenvolvido pelos estudantes Daniel Alencar Penha Carvalho e Delio de Macedo Gonçalves, de Engenharia da Computação, e Marco Antonio de Jesus Saturnino, de Engenharia Elétrica. E conquistou o prêmio de Excelência em Inovação o projeto “Deméter: Sistema Embarcado para Monitoramento Agroclimático de Precisão”, realizado pelos estudantes Eduardo Medeiros Magalhães, Andréa Pires e Rafael Hernanni Medeiros Silva, de Engenharia da Computação. Os dois projetos contaram com orientação do professor Max Santana, do Colegiado de Engenharia da Computação (CComp).
Equipe do projeto Deméter ganha prêmio de Excelência em Inovação com sistema embarcado para melhorar culturas de uva e manga.
O projeto Deméter: Sistema Embarcado Agroclimático de Precisão foi desenvolvido pelo grupo de estudos do Laboratório de Automação, Controle e Circuitos Integrados (LACCI), coordenado pelo professor Max Santana. A iniciativa foi pensada para melhorar o desenvolvimento das culturas da uva e da manga por meio da análise do solo. Na pesquisa, foi utilizado um sensor NPK (Nitrogênio, Fósforo e Potássio) que é capaz de colher sete dados do solo: nitrogênio, potássio, fósforo (NPK), condutividade elétrica, pH, umidade e temperatura. Esses dados são colhidos no sensor, enviados para um dispositivo computacional que recebe as informações in loco e as envia para um servidor na internet que conecta a um site.
O destaque do projeto foi a criação do “Efé”, um agente de IA que ficava disponível 24 horas para responder dúvidas dos agricultores por meio de um chat no aplicativo de mensagens Telegram. A criação do agente teve o objetivo de facilitar o acesso aos dados, já que muitos agricultores poderiam não ter computador em casa. “Por isso, a melhor forma de saber sobre o solo seria conversando de maneira natural, tirando dúvidas com um especialista e recebendo recomendações. E quem seria um especialista melhor do que um “Agente de IA” que tem como dados os valores colhidos no solo por meio de um sensor preciso?”, contou o estudante Eduardo Magalhães.
Já o projeto “Tellus: Tecnologia Embarcada para Análise de Carbono no Solo” foi desenvolvido para a competição com o objetivo de tornar o processo de estimar a quantidade de carbono no solo mais eficiente e barato. O mercado de carbono tem tido destaque por estimular o desenvolvimento sustentável de empresas e negócios, ele é um mecanismo econômico criado para valorizar empresas que reduzem as suas emissões de carbono na atmosfera, dando créditos a elas por isso. Um solo com boas práticas agrícolas, possui a capacidade de reter e capturar da atmosfera grandes quantidades de carbono. Porém, pequenos e médios produtores, em geral, não têm acesso a este mercado devido aos custos necessários para análise do solo.

Por isso, o projeto possibilita a redução do preço de análise do solo e torna o processo mais rápido, analisando a quantidade de carbono no solo no próprio local, sem levar amostras para laboratório para análise, e usando um sensor sem custos elevados para isso. “Assim, pequenos e médios produtores conseguem participar desse mercado de carbono, e isso ainda, estimula o desenvolvimento sustentável”, comentou o discente Daniel Carvalho, membro da equipe.
Sobre a premiação, os estudantes demonstraram contentamento ao serem reconhecidos por seus esforços. “A premiação foi um misto de surpresa e sensação de missão cumprida. Graças ao nosso trabalho, apoio e orientação do nosso professor, provamos a força da nossa região e da nossa capacidade para inovação e desenvolvimento tecnológico”, disse Eduardo Magalhães.
Daniel Carvalho acredita que participar e ganhar a premiação pode abrir portas para uma carreira voltada para a área de sistemas embarcados e afins, algo que ele almeja em seus planos para mestrado e doutorado, além de trabalhos na indústria. “Ganhar esse prêmio em um evento nacional foi sem palavras. Deu um sentimento de euforia, por todo o esforço investido, sentimento de que valeu a pena”, ressaltou o discente.
Durante o evento, os estudantes da Univasf também participaram de visitas técnicas na empresa Hardware Innovation Technologies (HWIT) e no Instituto Eldorado, ambos sediados em Campinas (SP). As visitas aconteceram com o acompanhamento do professor Santana. A iniciativa faz parte das atividades de relacionamento com a indústria, promovendo aproximação entre a academia e o setor tecnológico.
Os discentes também visitaram o Instituto Eldorado e a HWIT, em Campinas.
O professor Max Santana destacou a importância da presença dos estudantes nos eventos para a formação dos futuros engenheiros. “A participação no SBESC e no ESC 2025 reafirma o compromisso do curso de Engenharia de Computação da Univasf com a formação prática, a pesquisa aplicada e o incentivo à inovação. Os resultados obtidos refletem o empenho dos estudantes, o apoio dos professores e o fortalecimento do ecossistema de tecnologia na região do Vale do São Francisco”, disse o docente.
O SBESC é um evento do Comitê Técnico de Engenharia de Sistemas Computacionais (CE-ESC) e reúne pesquisadores, profissionais e estudantes para compartilhar avanços e melhores práticas nas áreas de sistemas operacionais, sistemas em tempo real, sistemas embarcados e sistemas críticos.
