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Estudantes da Univasf recebem menção honrosa na 29ª Jornada de Iniciação Científica da Facepe
Pesquisas desenvolvidas por estudantes da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) se destacaram na 29ª Jornada de Iniciação Científica da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe), realizada virtualmente entre os dias 5 e 13 de junho. Ao final do evento, três trabalhos da Univasf receberam menção honrosa nas áreas de Ciências da Saúde e Ciências Exatas, em reconhecimento à sua qualidade científica.
Receberam menção honrosa os estudantes Abrahão Louis Barbosa da Silva Reis, do 6º período de Farmácia, Jadson Galdino da Silva Costa, do 8º período de Enfermagem, e Luana Beatriz Rocha da Silva, do 8º período de Farmácia.
O trabalho intitulado “Estudo fitoquímico e determinação do fator de proteção solar in vitro de extratos dos frutos de Malpighia emarginata (Malpighiaceae)”, desenvolvido pelo discente Abrahão Reis sob orientação do professor Jackson Gudes, do Colegiado de Farmácia, teve como objetivo avaliar a atividade fotoprotetora in vitro dos extratos de frutos verdes e maduros de acerola, provenientes de cinco diferentes cultivares da Embrapa Semiárido, além de investigar seus constituintes químicos.
“Como resultados, observamos que as aceroleiras do tipo Junko apresentaram maior teor de ácido ascórbico (vitamina C), especialmente nos frutos verdes, que possuem a maior concentração desse constituinte. As cultivares Junko e Okinawa também demonstraram maior atividade fotoprotetora”, relatou o estudante, que se sentiu realizado com o reconhecimento do trabalho na Jornada de Iniciação Científica da Facepe. “Representou, para mim, uma realização tanto pessoal quanto acadêmica, especialmente por valorizar o trabalho desenvolvido aqui na região do Semiárido do Vale do São Francisco", afirmou.
Jadson Costa recebeu menção honrosa pelo trabalho intitulado “Estudo dos mecanismos gastroprotetores de Spondias purpurea l.”, orientado pela professora Cynthia Layse Ferreira de Almeida, do Colegiado de Enfermagem. Segundo Jadson, o objetivo da pesquisa é avaliar os mecanismos antiulcerogênicos do extrato hidroetanólico das folhas da planta popularmente conhecida como sirigueleira, nativa do Nordeste brasileiro, ou seja, investigar se o extrato teria algum efeito protetor contra lesões gástricas. “Com base nos modelos experimentais que realizamos até o momento, de forma geral, o extrato da sirigueleira apresentou propriedades gastroprotetoras, inclusive contra lesões causadas por anti-inflamatórios não esteroidais, como a indometacina”, afirmou.
O estudante destacou ainda a satisfação de ter seu trabalho reconhecido em um evento de grande relevância no Estado de Pernambuco. “Isso nos motiva ainda mais a seguir investigando e contribuindo para o avanço da ciência, especialmente porque esta pesquisa vai além do laboratório: ela nasce do desejo de valorizar a cultura nordestina e os saberes tradicionais. A sirigueleira, assim como outras plantas medicinais do Nordeste, vem sendo utilizada há gerações por nossa comunidade”, disse.
Inserido no contexto do combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor de arboviroses como Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela, o trabalho intitulado “Atividade larvicida em Aedes aegypti e análises SAR/QSAR de ácidos 2-arilquiniolínicos-4-carboxílicos sintéticos”, apresentado pela estudante Luana Silva e orientado pelo professor Edilson Beserra de Alencar Filho, do Colegiado de Farmácia, foi agraciado na área de Ciências Exatas.
Durante o estudo, além dos testes biológicos, foram utilizadas ferramentas de modelagem molecular (SAR e QSAR) para compreender como a estrutura das moléculas influencia a ação larvicida dos compostos sintéticos. Esses compostos foram desenvolvidos em parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB). “Dos 12 compostos que testamos, três apresentaram boa atividade, ou seja, foram eficazes em causar mortalidade significativa nas larvas do mosquito. Isso mostrou que essas moléculas têm potencial para serem exploradas futuramente como alternativas no combate ao mosquito”, explicou Luana.
Segundo a estudante, o objetivo é contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas mais sustentáveis, eficazes e economicamente viáveis para o controle do Aedes aegypti. “Fiquei muito feliz em saber que a pesquisa recebeu destaque e pode contribuir com a sociedade. É um incentivo para continuar na ciência, acreditando que, aos poucos, podemos fazer a diferença”, ressaltou.