O conhecimento prático sobre habilidades médicas de sutura e noções básicas de técnica cirúrgica é algo que nem todos os estudantes de cursos de Medicina têm a oportunidade de desenvolver ao longo das disciplinas regulares. Em Paulo Afonso (BA), porém, alunos de Medicina da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) puderam participar do 1º Curso de Técnica Cirúrgica Básica, promovido pela Liga Acadêmica de Habilidades Médicas (Lahamed) e realizado nos dias 12 e 13 de agosto.

O curso foi ministrado pela professora do Colegiado de Medicina do Campus Paulo Afonso e coordenadora da Lahamed, Diana Maria Alexandrino Pinheiro, com a colaboração de nove estudantes monitores, todos integrantes da Liga, que deram suporte aos 36 alunos inscritos. Segundo a professora, o curso recebeu inscrições de discentes de Medicina de outras faculdades, mas esses não puderam comparecer. Durante as aulas, a prática cirúrgica foi abordada como um todo, desde a avaliação da ferida até a finalização do procedimento; de noções de tipos de ferimentos a fios de sutura; do conhecimento da técnica até o comportamento do médico em um pronto-socorro e no atendimento ao paciente.

De acordo com a professora Diana, o curso foi importante por proporcionar aos discentes novas formas de praticar os conhecimentos, uma vez que nas disciplinas se costuma estudar a técnica de sutura de forma isolada. Essa atividade se alinha ao objetivo da Lahamed, que é trabalhar com os alunos as diversas habilidades médicas, como clínica médica, cirurgia, cardiologia, entre outras, em uma abordagem mais aprofundada, de modo que o ato médico seja compreendido do início ao fim.

A Lahamed completará um ano de fundação em setembro e já promoveu palestras, discussões e mesas redondas. O Curso de Técnica Cirúrgica Básica foi a primeira atividade executada de forma intensiva e diretamente direcionada para os alunos. Até o final de novembro, também deverá realizar outra atividade formativa com os estudantes, dessa vez voltada para o público das Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Segundo a coordenadora da Liga, as atividades promovidas com os estudantes monitores e com a comunidade acadêmica têm relação com as novas proposições dos currículos de Medicina, que buscam preparar os alunos para atuarem como generalistas. “A realidade do egresso, mesmo que saia do curso como especialista, é de uma vivência generalista. Ele tem que estar preparado para ser médico a qualquer momento e em qualquer situação, trabalhando em postos de saúde, prontos-socorros, maternidades e até na gestão da saúde. Por isso, é importante que tenha uma formação aprofundada, com técnica e habilidade corretas”, afirma.