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Estudo global sobre tratamento de Hepatite C conta com participação de docente da Univasf

publicado: 07/03/2024 09h55 última modificação: 07/03/2024 09h55

Para obter um panorama mundial sobre o acesso aos antivirais de ação direta (DAAs) para o tratamento da hepatite C, o Kirby Institute, da Austrália, realizou a pesquisa “Terapias antivirais de ação direta para infecção por hepatite C: registro global, reembolso e restrições”. O estudo contou com a participação de 166 pesquisadores de diversos países, entre eles, o docente Rodrigo Feliciano do Carmo, do Colegiado de Medicina da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), que representou o Brasil. A pesquisa foi publicada como artigo, em fevereiro, pela revista científica The Lancet Gastroenterology & Hepatology.

A hepatite C é uma doença infecciosa e inflamatória, que pode se manifestar de forma aguda ou crônica e se caracteriza por um processo inflamatório no fígado. A transmissão acontece através do contato com sangue contaminado de variadas formas. Segundo o professor Rodrigo Feliciano, estima-se que 57 milhões de pessoas vivam com infecção crônica pelo vírus da hepatite C (HCV) em todo o mundo. Com base nisso, a pesquisa buscou fazer o registro dos DAAs, de políticas públicas de acesso ao tratamento e a ocorrência de restrições nos países incluídos no estudo.

Para realizar a pesquisa, foi necessário desenvolver uma rede mundial de especialistas na doença e reunir informações sobre as políticas de acesso a esses medicamentos em cada país. O estudo foi realizado entre os anos de 2021 e 2023 e coordenado pelos pesquisadores Allison Marshall e Jason Grebely, ambos do Kirby Institute e responsáveis pela escolha dos pesquisadores de 160 países. Os países participantes representam aproximadamente 7,4 bilhões de pessoas, cerca de 95% da população mundial.

A pesquisa constatou, entre outros resultados, que o acesso global aos antivirais de ação direta continua a ser desigual, principalmente em países de baixa e média renda, que apresentam menos políticas públicas de acesso ao tratamento, ao serem comparados a países ricos. O professor Feliciano, que é líder do Grupo de Pesquisa em Doenças Infecciosas e Negligenciadas (GPDIN) da Univasf, destaca que no Brasil, através do Sistema Único de Saúde (SUS), é fornecido teste de diagnóstico e tratamento gratuito, para qualquer indivíduo diagnosticado com o vírus, sem restrições.

A publicação de um estudo realizado pelo GPDIN na revista Journal of Hepatology sobre o impacto causado pela pandemia de Covid-19 na notificação dos novos casos de hepatite C no Brasil gerou o convite da pesquisadora Allison Marshal ao professor Feliciano para participar da pesquisa global. “Foi uma grande satisfação fazer parte de um estudo tão importante para a saúde pública e publicado em uma das revistas científicas mais renomadas no mundo. Isso prova que apesar dos desafios, realizamos pesquisa científica de qualidade no interior do Nordeste, o que desperta interesse em pesquisadores internacionais”, comenta o professor.