Você está aqui: Página Inicial > Notícias > Expedição da Pollinova implementa colônias de abelhas nativas sem ferrão para polinizar pomares de manga no Sertão

Notícias

Expedição da Pollinova implementa colônias de abelhas nativas sem ferrão para polinizar pomares de manga no Sertão

publicado: 15/12/2025 17h17 última modificação: 15/12/2025 17h17
Ascom Cemafauna

Entre os dias 1º e 3 de dezembro, a startup Pollinova realizou a segunda expedição do projeto Pollinova aprovado através do edital ‘Pernambucanas Inovadoras’, iniciativa fomentada pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe). A ação ocorreu nas áreas de cultivo de manga da Agrodan Roriz Dantas, maior exportadora de mangas do Brasil, situada em Belém do São Francisco, e teve como foco o fortalecimento da polinização dos pomares a partir do incremento de abelhas nativas sem ferrão.

O Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna), da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), integrou a expedição por meio da atuação da ecóloga de campo Aline Andrade, que acompanha estudos envolvendo ecologia, conservação e a importância dos polinizadores no semiárido e de sua coordenadora professora Patrícia Nicola. Durante a atividade, foram instaladas caixas racionais contendo colônias de pelo menos cinco espécies de abelhas nativas sem ferrão, com o objetivo de ampliar a eficiência da polinização nos pomares de manga.

A ação contou ainda com o meliponicultor Ramon Bezerra, do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA-PE), e com a gestora técnica da Agrodan, a agrônoma Maira Almeida. Juntas, as equipes trabalharam na implementação das colônias e no delineamento do processo de monitoramento das abelhas tanto nas caixas quanto em campo. O acompanhamento será feito por sensoriamento remoto, com dispositivos capazes de registrar e transmitir, em tempo real, dados sobre atividade das colônias, comportamento das abelhas e condições ambientais. As informações serão enviadas diretamente a uma plataforma digital criada para este fim. Os sensores e sistemas utilizados na coleta dos dados foram desenvolvidos por uma equipe liderada pelo professor Max Santana, docente do Colegiado de Engenharia da Computação da Univasf e sócio fundador da startup Melissa. 

Para Aline Andrade, ecóloga de campo da startup Pollinova, a expedição representa um avanço significativo na integração entre ciência, tecnologia e manejo sustentável. “Nosso trabalho no projeto reforça a importância das abelhas nativas sem ferrão para a produtividade agrícola e para a conservação da Caatinga. Cada espécie introduzida contribui com um serviço ecossistêmico essencial. Participar desta etapa, que une pesquisa, inovação e prática de campo, fortalece nossa compreensão sobre como apoiar sistemas produtivos de forma ambientalmente responsável e a tecnologia complementa o esforço científico e produtivo para aprimorar a polinização, etapa decisiva para a fruticultura irrigada do Vale do São Francisco”, corrobora. O monitoramento seguirá durante todo o período de floração, permitindo que pesquisadores, técnicos e gestores acompanhem a atividade das abelhas e os efeitos diretos na produção.

Segundo a coordenadora do Cemafauna, professora Patrícia Nicola, a iniciativa evidencia o papel dos polinizadores nativos como agentes-chave na sustentabilidade da fruticultura no semiárido. “As interações planta-polinizador são importantes para a manutenção da funcionalidade ecológica. Projetos como este demonstram como a pesquisa aplicada pode gerar soluções biotecnológicas que favorecem tanto a produção agrícola quanto a conservação da biodiversidade em regiões vulneráveis às mudanças climáticas”, conclui.

registrado em: , , ,