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Feira “Nanobiotech na Rua” aproxima comunidade da Ciência durante o I Workshop de Nanobiotecnologia do Vale do São Francisco
As atividades do Workshop continuam até hoje, no Complexo Multieventos da Univasf
Experimentos chamam atenção do público na Feira “Nanobiotech na Rua”
O céu estava nublado e uma chuva fina caía na Praça do Bambuzinho, em Petrolina (PE). Em momentos assim, é comum que as pessoas passem com pressa pelo Centro da cidade. Mas, ontem (13), havia uma aglomeração diferente embaixo de algumas árvores. Era a feira de ciências “Nanobiotech na Rua”, que atraiu diversas pessoas para o centro da praça para visitarem estandes com experimentos científicos. A feira faz parte da programação do I Workshop de Nanobiotecnologia do Vale do São Francisco, que iniciou na quarta-feira (12) e tem suas últimas atividades hoje (14), no Complexo Multieventos da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).
Alguns experimentos expostos na feira foram desenvolvidos no Laboratório de Microbiologia e Imunologia Animal e no Laboratório de Espectroscopia de Impedância e Materiais Orgânicos (Leimo). Na praça, havia os estandes sobre extração de DNA, perigo do uso incorreto de antibióticos, ação bactericida de microcompostos e qualidade da água do Rio São Francisco, bem como as experiências com células combustíveis bacterianas e com o desenvolvimento de supercapacitores à base de grafite.
O pesquisador José Jarib Alcarez Espinoza foi o responsável por apresentar aos visitantes uma versão de supercapacitor, dispositivo eletrônico que armazena e fornece energia elétrica de forma mais rápida que uma bateria, que foi elaborada no Leimo e feita com lápis, papel e plástico. “A ideia foi tentar transmitir para as pessoas que a ciência que se faz na universidade não está longe do que pode ser feito no dia-a-dia. E tentar explicar algumas coisas básicas, mas ainda não tão conhecidas, como as possibilidades que tem um lápis para desenvolvimento de eletrônicos”, destaca Espinoza.
A estudante Emily Fernandes, que cursa o primeiro ano do Ensino Médio do Colégio Modelo, em Juazeiro (BA), foi à feira com outros colegas de classe. Ela visitou o estande do Leimo ao lado de uma amiga. “Eu acho muito interessante, nunca vi papel acender uma luz. Isso deixa a pessoa bem curiosa pra saber como eles conseguem fazer, dá vontade de pesquisar”, conta Emily.
Já Espedito Clementino passava pelo Centro, com seus exames médicos recém-coletados, quando foi atraído pela feira. Parou no estande de células combustíveis bacterianas, que ensinava como recarregar o celular utilizando alimentos usualmente consumidos no dia-a-dia. “Nesse aí eu já entendi tudo, é só água, sal, os parafusos, e fazer. Isso já é mais fácil pra mim, trabalho com eletricidade, já sei como é. Se der certo eu vou ensinar os outros ainda mais também”, declara Clementino.
Para o professor do Colegiado de Engenharia Elétrica e organizador do evento, Helinando Oliveira, a feira teve o objetivo de aproximar a comunidade da ciência desenvolvida na Universidade, o que também é a intenção principal do Workshop. “A ideia de fazer na rua é mostrar que a barreira que separa a universidade do mundo real não existe, e para que a gente possa conversar sobre ciência e fazer com que as pessoas se apaixonem por ciência também”, afirma o professor.
O primeiro dia do Workshop, na quarta-feira, começou com visitas, abertas à comunidade, ao Laboratório de Microbiologia e Imunologia Animal e ao Leimo da Univasf. Suas atividades continuaram na tarde de ontem (13), no Complexo Multieventos da Univasf, com palestras do professor do Colegiado de Zootecnia Mateus Matiuzzi e do professor Helinando Oliveira. Durante a manhã de hoje, o Workshop ainda tem como palestrantes a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco, Lúcia Melo; o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Celso Melo; e o professor e pesquisador do Massachusetts Institute of Technology (MIT) Timothy Swager.
Em sua palestra, Swager falará sobre as pesquisas desenvolvidas nos EUA, relacionadas à nanotecnologia para o desenvolvimento de sensores químicos. O professor do MIT também visitou a feira de ciências na Praça do Bambuzinho e elogiou a iniciativa da realização de um evento que une nano à biotecnologia. “Eu amo a mistura de Ciência da Vida e Ciência dos Materiais. E usar elementos naturais para gerar energia é importante, porque às vezes utilizamos muitos químicos que não precisamos. E eu acho que isso é uma tendência muito importante”, afirmou Swager.