Você está aqui: Página Inicial > Notícias > Feira “Nanobiotech na Rua” aproxima comunidade da Ciência durante o I Workshop de Nanobiotecnologia do Vale do São Francisco

Notícias

Feira “Nanobiotech na Rua” aproxima comunidade da Ciência durante o I Workshop de Nanobiotecnologia do Vale do São Francisco

As atividades do Workshop continuam até hoje, no Complexo Multieventos da Univasf

publicado: 14/07/2017 10h15 última modificação: 14/07/2017 11h02
João Pedro Ramalho
Exibir carrossel de imagens Juciane Aleixo Experimentos chamam atenção do público na Feira “Nanobiotech na Rua”

Experimentos chamam atenção do público na Feira “Nanobiotech na Rua”

O céu estava nublado e uma chuva fina caía na Praça do Bambuzinho, em Petrolina (PE). Em momentos assim, é comum que as pessoas passem com pressa pelo Centro da cidade. Mas, ontem (13), havia uma aglomeração diferente embaixo de algumas árvores. Era a feira de ciências “Nanobiotech na Rua”, que atraiu diversas pessoas para o centro da praça para visitarem estandes com experimentos científicos. A feira faz parte da programação do I Workshop de Nanobiotecnologia do Vale do São Francisco, que iniciou na quarta-feira (12) e tem suas últimas atividades hoje (14), no Complexo Multieventos da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).

Alguns experimentos expostos na feira foram desenvolvidos no Laboratório de Microbiologia e Imunologia Animal e no Laboratório de Espectroscopia de Impedância e Materiais Orgânicos (Leimo). Na praça, havia os estandes sobre extração de DNA, perigo do uso incorreto de antibióticos, ação bactericida de microcompostos e qualidade da água do Rio São Francisco, bem como as experiências com células combustíveis bacterianas e com o desenvolvimento de supercapacitores à base de grafite.

O pesquisador José Jarib Alcarez Espinoza foi o responsável por apresentar aos visitantes uma versão de supercapacitor, dispositivo eletrônico que armazena e fornece energia elétrica de forma mais rápida que uma bateria, que foi elaborada no Leimo e feita com lápis, papel e plástico. “A ideia foi tentar transmitir para as pessoas que a ciência que se faz na universidade não está longe do que pode ser feito no dia-a-dia. E tentar explicar algumas coisas básicas, mas ainda não tão conhecidas, como as possibilidades que tem um lápis para desenvolvimento de eletrônicos”, destaca Espinoza.

A estudante Emily Fernandes, que cursa o primeiro ano do Ensino Médio do Colégio Modelo, em Juazeiro (BA), foi à feira com outros colegas de classe. Ela visitou o estande do Leimo ao lado de uma amiga. “Eu acho muito interessante, nunca vi papel acender uma luz. Isso deixa a pessoa bem curiosa pra saber como eles conseguem fazer, dá vontade de pesquisar”, conta Emily.

Já Espedito Clementino passava pelo Centro, com seus exames médicos recém-coletados, quando foi atraído pela feira. Parou no estande de células combustíveis bacterianas, que ensinava como recarregar o celular utilizando alimentos usualmente consumidos no dia-a-dia. “Nesse aí eu já entendi tudo, é só água, sal, os parafusos, e fazer. Isso já é mais fácil pra mim, trabalho com eletricidade, já sei como é. Se der certo eu vou ensinar os outros ainda mais também”, declara Clementino.

Para o professor do Colegiado de Engenharia Elétrica e organizador do evento, Helinando Oliveira, a feira teve o objetivo de aproximar a comunidade da ciência desenvolvida na Universidade, o que também é a intenção principal do Workshop. “A ideia de fazer na rua é mostrar que a barreira que separa a universidade do mundo real não existe, e para que a gente possa conversar sobre ciência e fazer com que as pessoas se apaixonem por ciência também”, afirma o professor.

O primeiro dia do Workshop, na quarta-feira, começou com visitas, abertas à comunidade, ao Laboratório de Microbiologia e Imunologia Animal e ao Leimo da Univasf. Suas atividades continuaram na tarde de ontem (13), no Complexo Multieventos da Univasf, com palestras do professor do Colegiado de Zootecnia Mateus Matiuzzi e do professor Helinando Oliveira. Durante a manhã de hoje, o Workshop ainda tem como palestrantes a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco, Lúcia Melo; o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Celso Melo; e o professor e pesquisador do Massachusetts Institute of Technology (MIT) Timothy Swager.

Em sua palestra, Swager falará sobre as pesquisas desenvolvidas nos EUA, relacionadas à nanotecnologia para o desenvolvimento de sensores químicos. O professor do MIT também visitou a feira de ciências na Praça do Bambuzinho e elogiou a iniciativa da realização de um evento que une nano à biotecnologia. “Eu amo a mistura de Ciência da Vida e Ciência dos Materiais. E usar elementos naturais para gerar energia é importante, porque às vezes utilizamos muitos químicos que não precisamos. E eu acho que isso é uma tendência muito importante”, afirmou Swager.