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I Fórum de Negócios da Sociobioeconomia da Caatinga discute adoção de tecnologias agrícolas de baixo carbono

publicado: 15/03/2023 14h03 última modificação: 15/03/2023 14h03
Júlia Mendes

Evento reuniu pesquisadores, estudantes, agricultores familiares e cooperativas.

Bioeconomia, sistemas produtivos sustentáveis e comercialização de produtos, como o licuri, a caprinocultura e apicultura. Estes foram alguns dos tópicos que foram discutidos durante o I Fórum de Negócios da Sociobioeconomia da Caatinga, que aconteceu ontem (14) no Espaço Plural, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Juazeiro (BA). O fórum, promovido pelo Projeto Rural Sustentável Caatinga (PRS Caatinga), teve como objetivo compartilhar experiências e debater caminhos e novas oportunidades para cooperativas da agricultura familiar tendo como principal diferencial a adoção de tecnologias agrícolas de baixo carbono.

O evento contou com a presença de mais de 70 participantes, entre pesquisadores, estudantes, investidores, cooperativas, agricultores familiares, lideranças regionais e de arranjos produtivos locais apoiados pelo PRS Caatinga. O diretor do PRS Caatinga, Pedro Leitão, explicou que o projeto identificou que o semiárido não era contemplado com políticas públicas para baixa emissão de carbono. “Entre os objetivos principais do PRS Caatinga estão mitigar emissões de gases de carbono e combater a pobreza. Vimos a oportunidade de trazer para o semiárido a temática, considerando também que a Caatinga é o bioma mais afetado pela emissão desse gás”, comentou.

A programação do I Fórum de Negócios da Sociobioeconomia da Caatinga contou com a exposição de produtos produzidos por cooperativas apoiadas pelo PRS Caatinga, como a macaúba, mel, sequilho, colorau, bertalha e o amendoim de árvore, e cinco mesas redondas. A primeira, com o tema “Contexto da Bioeconomia no Brasil e a Agricultura Familiar – segurança alimentar, conservação da biodiversidade e a economia de baixo carbono”, foi composta por Pedro Leitão; a professora do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial (PPGADT) da Univasf, Lucia Marisy; o diretor Técnico do AgroNordeste, MAPA, Paulo Eduardo de Melo; e o coordenador Nacional do Projeto Bem Diverso e pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Anderson Sevilha.

A professora Lucia Marisy destacou a importância de discutir sobre a sociobioeconomia. “Avançar na proposta de uma agricultura de baixo carbono é essencial. Ainda é uma proposta nova, os agricultores ainda estão se apropriando e a academia está iniciando no assunto, com a produção de teses e dissertações para que isso possa ser ampliado e socializado para a população”, disse.

Entre os participantes presentes no evento estava a estudante Caroline Tavares, do curso técnico em Agropecuária do Instituto Federal de Alagoas (Ifal). Ela contou que sempre se interessou por temas voltados para a agricultura, isso a levou a participar do curso de Agente de Desenvolvimento Local (ADL), promovido pelo PRS Caatinga em Alagoas. “É importante discutirmos sobre a emissão de carbono para adotarmos práticas mais sustentáveis, já que a emissão desse gás está muito elevada. Temos que usar essas tecnologias que o evento apresenta para tentar diminuir ao máximo o aquecimento global”, enfatizou.

PRS Caatinga – O Projeto Rural Sustentável Caatinga é uma iniciativa financiada pelo Fundo Internacional para o Clima do Governo do Reino Unido, em cooperação com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), tendo o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) como beneficiário institucional. A execução do PRS Caatinga é realizada pela Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS). O projeto já realizou ações em parceria com a Univasf, entre as quais o curso de “Tecnologias de Baixa Emissão de Carbono: fortalecendo a convivência com o Semiárido”, que formou mais de 700 pessoas de vários estados. Mais informações no site do projeto.