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I Simpósio Latino-Americano de Queijos e II Workshop de Queijos Artesanais do Vale do São Francisco da Univasf reúnem acadêmicos e produtores
"Regulamentação para Exportação de Queijos - Obtendo os Selos Arte e Queijo Artesanal” foi o tema da palestra de abertura.
O I Simpósio Latino-Americano de Queijos (SIMLAQ) e o II Workshop de Queijos Artesanais do Vale do São Francisco reuniram na Universidade Federal do Vale do são Francisco (Univasf) estudantes, pesquisadores do Brasil e da América Latina e produtores da região para debater sobre os avanços, desafios, inovações e políticas públicas relacionados à produção artesanal de queijos. O evento começou na quarta-feira (17) e acontece até hoje (19) no Cineteatro no Campus Sede, em Petrolina (PE).
A programação foi composta por palestras, minicursos, oficinas, apresentação de trabalhos e visita técnica. A palestra de abertura do evento teve como tema “Regulamentação para Exportação de Queijos - Obtendo os Selos Arte e Queijo Artesanal” e foi ministrada pelo auditor fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Washington Luiz de Almeida Junior. O palestrante falou sobre regulamentação, legislação sanitária para os estabelecimentos que produzem queijos artesanais. “Falamos sobre o procedimento inicial do registro de um estabelecimento no serviço de inspeção federal, como também tratamos sobre a certificação desse produto como artesanal”, disse Washington, que é médico veterinário formado pela Univasf.
O evento contou com palestrantes de diferentes instituições de ensino e pesquisa do Brasil e de outros países. O professor de Medicina Veterinária da Universidad de San Sebastian, do Chile, José Luis Riveiros Fernández foi um dos palestrantes. Ele abordou o tema “Produção de alimentos de origem animal como estratégia para o fortalecimento da segurança alimentar”. A estudante Rayssa Tomazeti, do 5º período de Medicina Veterinária da Univasf, acompanhou atentamente a palestra de Fernández e considerou o assunto muito importante para a formação dos estudantes por tratar de procedimentos que contribuem para aumentar a segurança alimentar no processo de produção.
O simpósio reuniu participantes de diferentes regiões do Brasil, como a professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Andrea Troller Pinto. Para a docente, participar do evento a ajudou a conhecer sobre a cultura nordestina e, em especial, os queijos artesanais da região, área de seu interesse, pois trabalha com inspeção e tecnologia de produtos lácteos e queijos artesanais. “Discutir sobre produto artesanal nos leva para esse caminho, de que os produtores podem produzir alimentos com agregação de valor e a gente como consumidor pode ter a segurança de consumir produtos saudáveis”, comentou.
O SIMLAQ também teve a presença de produtores de queijos e outros produtos lácteos da região, como Regiane Reis de Souza, de Casa Nova (BA). Com a queijaria familiar que carrega o nome “Queijaria da Nia”, a família de Regiane trabalha com queijo de cabra há 15 anos, tradição que ela herdou de sua mãe, também produtora. Para ela, o evento conscientiza as pessoas sobre os cuidados com os caprinos e ajuda a desmistificar preconceitos, como o de que o queijo de cabra tem cheiro e sabor fortes. “Discutir sobre isso ajuda as pessoas a conhecer o nosso trabalho e os nossos produtos”, comentou a produtora.
O professor do Colegiado de Medicina Veterinária e organizador do evento, Daniel Menezes, comentou que por ser um Simpósio Latino-americano, a programação foi planejada não apenas para compartilhar a realidade de produções do semiárido, mas também de realidades distintas. “Nosso objetivo com esse evento é trazer um momento de discussão dentro da nossa universidade, mas que essa discussão extrapole as nossas portas, que a gente possa ter aqui outros estados, outros municípios e até mesmo outros países trazendo suas experiências para que a gente consiga entrar em um meio comum de como melhorar a cadeia produtiva de leite”, concluiu Menezes.
