O Programa de Pós-Graduação em Arqueologia (PPArque), da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), realizou no dia 10 de julho, a terceira edição da “Roda de Conversa do PPARque”. A convidada especial para participar da conversação, foi a arqueóloga Niède Guidon, que falou sobre os problemas enfrentados no início da carreira, sobre pesquisas desenvolvidas e seu papel na preservação do Parque Nacional Serra da Capivara. O encontro aconteceu na arena da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), localizada em São Raimundo Nonato (PI). 

A roda de conversa contou com a participação da coordenadora da Pós-graduação em Arqueologia, Vanessa Linke; da vice-coordenadora Janaína dos Santos; e dos professores e estudantes da primeira turma do mestrado, que deu início as atividades em março deste ano.  Nas vésperas de sua aposentadoria, Niède Guidon fez um percurso sobre seus 40 anos de carreira, falando como a mulher era vista nos anos 1970, período em que iniciou a sua missão arqueológica no Piauí; e sobre os conflitos enfrentados, referentes à preservação do Parque Nacional Serra da Capivara.

A coordenadora do PPArque, Vanessa Linke, destaca que esta foi uma oportunidade única para os estudantes conhecerem melhor a trajetória de Niède Guidon. “Ela é um ícone, tem um papel importante para a arqueologia brasileira e para São Raimundo Nonato. Essa conversa intimista foi uma oportunidade única para que os alunos conheçam a história dela, e mais ainda agora, prestes a se aposentar”, afirma.

O Programa de Pós-Graduação em Arqueologia do Campus Serra da Capivara é o primeiro mestrado fora da região sede da Univasf e tem como objetivo realizar pesquisas de campo e laboratório e atuar na valorização e gestão de acervos e estruturas de interesse arqueológico.

Niède Guidon é natural de Jaú (SP) e é conhecida mundialmente pela sua dedicação e luta pela conservação do Parque Nacional da Serra da Capivara. Guidon é formada em História Natural pela Universidade de São Paulo (USP), com especialização em Arqueologia Pré-histórica pela Université Paris-Sorbonne, de Paris, e doutorado em Pré-história na Université Paris 1 Pantheon-Sorbonne. Atua com pesquisas e projetos na Serra da Capivara desde a década de 1970, quando teve seu primeiro contato com as pinturas rupestres da região.