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Univasf e Universidade de East Anglia firmam acordo de cooperação internacional para realização do projeto Sufica
Aumentar a produtividade das culturas de uva e manga no Vale do São Francisco, incentivando a adoção de práticas de cultivo sustentáveis, com redução da utilização de pesticidas e com uso adequado do solo e maior controle de água. Este é o objetivo principal do projeto Sufica, que tem a participação de diversas instituições de ensino superior e de pesquisa nacionais e estrangeiras, entre as quais a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e a Universidade de East Anglia (UEA), no Reino Unido.
Equipe do Projeto Sufica na Fazenda Labrunier.
O acordo de cooperação técnica internacional entre as duas instituições e a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco (Fade) foi formalizado no final de outubro. A formalização da parceria possibilitará a destinação de aproximadamente R$ 500 mil para a aquisição de equipamentos e insumos necessários à execução da pesquisa na Univasf. O Sufica é financiado pela Comisión Nacional de Investigación Científica y Tecnológica (CONICYT) do Chile e pelo Fondo Newton-Picarte, que apoia projetos científicos de cooperação internacional entre Chile e Reino Unido.
O Sustainable Fruit Farming in the Caatinga: managing ecosystem service trade-offs as agriculture intensifies (Sufica) é um consórcio internacional de pesquisadores, que visa aumentar a competitividade e a sustentabilidade da fruticultura no Vale do São Francisco. Na Univasf, o projeto é coordenado pela professora do Colegiado de Ciências Biológicas Vinina Ferreira, cujo grupo de pesquisa irá estudar os artrópodes e sua relação com as culturas e o meio ambiente em dez fazendas produtoras de uva e manga. “Estas duas culturas são muito consumidas no mercado europeu, que exige boas práticas de cultivo para a importação dos produtos”, observa a professora Vinina, que conta com a participação de 10 estudantes neste projeto.
Aprovado em 2018, o Sufica iniciou as atividades no início de setembro daquele ano, com a realização na Univasf do I Workshop Internacional Cultivo Sustentável de Fruteiras na Caatinga: Manejo dos Serviços Ecossistêmicos em Agricultura Intensiva. Participaram deste primeiro workshop pesquisadores das instituições parceiras do projeto: Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Universidade Federal de Sergipe (UFS), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Pontifícia Universidade Católica do Chile (PUC), além da Univasf e da UEA. Um segundo workshop foi realizado em seguida, em Santiago, no Chile, e estão previstos outros encontros do grupo de pesquisadores durante o período de duração da pesquisa, prevista para ser concluída em 2021.
Vinina e a coordenadora geral do Sufica, Lynn Dicks, na Universidade de East Anglia. |
O Sufica envolve também a participação de produtores de uva e manga, das Fazendas Labrunier e da empresa exportadora Primafruit. A professora Vinina ressalta que o projeto tem grande relevância por envolver os produtores da região e estar voltado também à produção sustentável de alimentos bem como à preservação ambiental. “A participação deles é essencial para a obtenção de bons resultados”, diz. De acordo com ela, serão realizadas quatro coletas em um período de dois anos, durante os períodos de seca e chuva na região. A primeira delas já foi realizada.
Em outubro deste ano, a professora Vinina esteve na Universidade de East Anglia, em Norwich, em reunião com a coordenadora geral do Sufica, Lynn Dicks, e outros pesquisadores da UEA. Para Vinina, o Sufica representa o início de parcerias entre a Univasf e universidades inglesas.
O assessor de Relações Internacionais da Univasf, Isnaldo Coêlho, destaca que este é um acordo de cooperação internacional importante para a região, pois além de envolver um grande número de instituições nacionais e internacionais, visa contribuir para o desenvolvimento da fruticultura, atividade econômica essencial para todo o Vale do São Francisco. “A região se destaca nacionalmente pela produção e exportação de frutas. Esta interação entre Universidade, produtores, exportadores e organismos internacionais é essencial para o desenvolvimento de inovações, possibilita melhorias nas práticas produtivas e contribui para a construção de novos conhecimentos por parte de estudantes e pesquisadores das instituições envolvidas”, afirma.