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Univasf inicia implantação de 20 Sisteminhas em cidades de Alagoas e Minas Gerais
As primeiras unidades já estão em implantação no município alagoano de Igaci. /Fotos: Arquivo do projeto.
A Universidade Federal do vale do São Francisco (Univasf) iniciou o processo de ampliação do projeto Sisteminha Embrapa, uma tecnologia social de produção integrada de alimentos, por meio de um Termo de Execução Descentralizada (TED), firmado entre o Ministério da Pesca e Aquicultura e a Universidade. A Univasf coordena a formação e acompanha a implantação técnica dos módulos, enquanto a execução financeira do projeto é realizada pela Fundação Cultural e de Fomento à Pesquisa, Ensino, Extensão e Inovação (Fadex). Com esse investimento estão sendo implantadas 20 novas unidades do Sisteminha, sendo 17 em Alagoas e três em Minas Gerais, voltadas para a agricultura familiar e comunidades vulneráveis.
O Sisteminha é uma tecnologia social desenvolvida pela Embrapa que integra diferentes módulos de produção como tanque de peixes; criação de aves de corte e postura de ovos; hortaliças; pomar de frutas; compostagem de dejetos e minhocário, formando um ciclo produtivo sustentável, de baixo custo e adaptável a pequenas áreas como quintais, sítios e chácaras. A proposta permite que famílias produzam alimentos diversificados, com economia de água e uso racional de recursos naturais, proporcionando geração de renda para os beneficiários.
A implantação das duas primeiras unidades já foi iniciada no município de Igaci (AL), que ainda terá outras três unidades a serem implantadas, totalizando cinco unidades na cidade, localizada na região de Palmeira dos Índios, área central do estado. No total, em Alagoas, além das cinco unidades em Igaci, serão implantadas uma em Palmeira dos Índios, três em Dois Riachos, uma em Cacimbinhas, uma em Major Izidoro, quatro em Olho D'Água das Flores, uma em Jacaré dos Homens e uma em Jaramataia. De acordo com o cronograma, seis unidades estarão prontas até janeiro de 2026. As três unidades que serão implantadas no estado de Minas Gerais serão localizadas na cidade de Varzelândia (MG), no Norte do estado.

Com estas 20 novas unidades do Sisteminha implantadas por meio do TED, que tem o valor de R$ 1 milhão, estima-se que entre 80 e 100 pessoas serão diretamente beneficiadas pela expansão, considerando a média de integrantes por família. Além disso, estudantes, vizinhos, feiras locais e redes comunitárias também se beneficiam com a circulação dos alimentos produzidos e com o conhecimento gerado pelo projeto.
A atuação desse projeto da Univasf para além das fronteiras do Vale do São Francisco atende as demandas de governos estaduais e municipais que buscam soluções de baixo custo, impacto rápido e forte retorno social, como explica o coordenador do projeto, René Cordeiro, professor do Colegiado de Medicina Veterinária (CMVet). “A presença da Univasf em estados como Minas Gerais e Alagoas é resultado do reconhecimento nacional da expertise da Universidade, especialmente em tecnologias sociais como o Sisteminha, agroecologia, produção integrada e extensão rural”, afirma Cordeiro.
Além desse reconhecimento, a implantação das unidades é viabilizada por parcerias institucionais firmadas por meio de termos de cooperação, TEDs, convênios e articulações entre secretarias, prefeituras, universidades locais e órgãos federais. No caso específico de Alagoas, a iniciativa foi resultado da articulação do Centro de Formação Irmã Dorothy (IRDA), conduzida pelo coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Com Terra (MCT), Adriano Ferreira da Silva, em parceria com a vice-reitora da Univasf, Lucia Marisy de Oliveira.
A unidade do Sisteminha no Espaço Plural conta com criação de animais, horta, pomar e tanque de peixes.
A Univasf tem uma unidade demonstrativa do Sisteminha no Espaço Plural, localizado no bairro Malhada da Areia, em Juazeiro (BA), desde 2017. A tecnologia vem sendo incorporada a projetos de extensão, pesquisas e ações de formação, consolidando-se como um campo estratégico de atuação da Universidade e contribuindo para segurança alimentar, formação de estudantes e fortalecimento da agricultura familiar.
O projeto é coordenado pelo professor René Cordeiro, com a participação de seu orientando, Macio Fabrício Santos Leite, discente do Mestrado em Extensão Rural da Univasf, que atua no manejo, nas atividades de formação e nas pesquisas aplicadas. A Univasf contribuiu para a expansão da tecnologia Sisiteminha nos estados de Pernambuco, Piauí, Bahia e Alagoas. Na cidade de Petrolina (PE), o projeto está presente principalmente em assentamentos da reforma agrária, como Terra da Liberdade, Assentamento Fortaleza, Assentamento Nossa Senhora de Fátima e Comunidade Angical.
O Termo de Execução Descentralizada (TED) que está contribuindo para a expansão do Sisteminha é um acordo formal entre órgãos públicos, como universidades federais, para repassar recursos financeiros para a realização de projetos de interesse mútuo. Com a finalidade de regulamentar a descentralização de crédito, para que universidades possam executar projetos, como os de ensino, pesquisa, inovação e desenvolvimento.
Com a execução desta expansão em Alagoas e Minas Gerais, a Univasf dá um passo importante para a garantia de tecnologias sociais e fortalecimento de sua presença em novos territórios. “A expansão do Sisteminha representa um avanço fundamental para fortalecer a segurança alimentar, gerar renda e promover autonomia produtiva para as famílias atendidas. Cada nova unidade implantada amplia o impacto social e econômico do projeto, democratizando tecnologias simples, eficientes e sustentáveis”, enfatiza Cordeiro.
