A Univasf tem uma unidade demonstrativa do Sisteminha Embrapa no Espaço Plural.

Com o objetivo de implantar mil unidades de um sistema integrado alternativo para a produção de alimentos em diversos territórios do país, o projeto “Sisteminhas Comunidades: Povos e Comunidades Tradicionais” será expandido para as cinco regiões do Brasil. A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) possui uma unidade-demonstrativa do Sisteminha instalada no Espaço Plural, em Juazeiro (BA), onde são realizadas capacitações de demonstração do funcionamento dos módulos do projeto, tanto da parte vegetal quanto animal, sob a coordenação do professor do Colegiado de Medicina Veterinária René Cordeiro. O projeto de expansão é uma realização do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

O “Sisteminhas Comunidades: Povos e Comunidades Tradicionais” foi lançado em março pelo MDA e a Embrapa e pretende promover a geração de renda e autonomia produtiva de mil famílias de territórios indígenas, quilombolas e de povos e comunidades tradicionais por meio da produção de alimentos diversificados e da comercialização dos excedentes.

Desenvolvido para ser uma tecnologia social, o Sisteminha Embrapa propõe-se a produzir alimentos e gerar segurança e soberania alimentar para os seus usuários. Sua estrutura funciona em torno de um tanque de peixes, em que a água, além de fornecer o peixe como alimento, é utilizada para irrigar uma horta e os demais elementos que são interligados entre si. O projeto pode ser facilmente adaptado às necessidades, experiência, preferências do produtor e condições de clima, solo, água e de mercado local. É recomendado para pequenas propriedades rurais, famílias que buscam autossuficiência alimentar e pessoas que possuem chácara ou sítio e querem torná-los produtivo.

A expansão do projeto, o “Sisteminhas Comunidades”, possui dentre os seus principais objetivos, diminuir a fome no Brasil e proporcionar dignidade para os beneficiados. Segundo René Cordeiro, que atua na orientação técnica do projeto nos estados de Pernambuco e Bahia, a parceria com a Univasf contribuiu para que o sistema pudesse transpor seus muros e levasse o conhecimento para melhoria da condição de vida da população. “A unidade demonstrativa da Univasf permitiu que mais pessoas conhecessem o Sisteminha, como funciona e passassem a desejar ter um em seu quintal ou sua própria roça. A expansão do projeto significa que mais pessoas terão acesso à alimentação de boa qualidade e tenham uma saúde melhor", comenta o docente.

O projeto do Sisteminha foi desenvolvido como tese de doutorado do zootecnista da Embrapa Cocais, Luiz Carlos Guilherme, em 2011. A unidade demonstrativa do “Sisteminha” foi implantado na Univasf em 2017 e desempenha uma série de atividades produtivas que envolvem agricultura e pecuária, de maneira integrada, sustentável e utilizando pouca água. Atualmente, as atividades diárias são desenvolvidas por voluntários e estagiários do Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco (Cetep SSF).