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Univasf promove roda de diálogo sobre Medicinas da Floresta

publicado: 18/08/2022 17h04 última modificação: 18/08/2022 17h04
Júlia R. Mendes

A cultura indígena adota diversas práticas medicinais com substâncias vindas da natureza. Para discutir sobre essas práticas, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) irá realizar a roda de diálogo Medicinas da Floresta, que acontecerá no dia 25 de agosto. O evento, aberto a todos os interessados na temática, acontecerá presencialmente na sala azul, localizada no bloco de salas de aula do Campus Sede da Univasf, em Petrolina (PE). O convidado é o Pajé Penawa, da etnia Huni Kuin, do Acre.

A roda de diálogo é promovida pelo projeto de extensão “Saúde Indígena: descolonizando a Saúde Mental no cuidado dos povos ancestrais” e pelo Núcleo Temático (NT) Políticas da Vida. O coordenador do projeto e do NT, Alexandre Barreto, professor do Colegiado de Psicologia da Univasf, explica que, em sua cultura, o Pajé e o povo Huni Kuin adotam diversas medicinas para seus cuidados, como Nixi Pãe; Rapé; Kampô, conhecida como vacina do sapo; e a Sananga, conhecida como colírio indígena. “Algumas das medicinas utilizadas pelos povos indígenas têm sido reconhecidas em estudos científicos sobre suas propriedades terapêuticas e benefícios para diferentes problemas de saúde”, observa.

Na roda de conversa, o Pajé irá falar sobre essas medicinas, modos de uso e cuidados. Barreto destaca que o evento cumpre uma função de extensão invertida, tanto trazida nas ideias de Paulo Freire como de Boaventura de Souza Santos, ao falar do papel da universidade de aprender com o território no qual está inserida e o povo em suas práticas e saberes ancestrais.

“Essa temática se insere em um cenário no qual temos por um lado, um debate acadêmico cada vez mais consistente de uma descolonização da universidade e do conhecimento dito científico como forma de controle e domínio da verdade diante de uma multiplicidade de culturas e saberes. E por outro lado, vivemos o que Ailton Krenak chama de reflorescimento das identidades indígenas, onde passamos a reconhecer de modo mais profundo seus saberes e práticas”, diz o docente.