Notícias
Atos em defesa da Univasf destacam a importância da universidade pública para o desenvolvimento do País
A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) realizou na tarde de ontem (15), no Campus de Juazeiro (BA) uma exposição de projetos acadêmicos, científicos e extensionistas que compõem a rotina dos estudantes e pesquisadores da instituição. Conforme o vice-reitor Telio Leite, a iniciativa teve como principal objetivo abrir as portas da universidade para o povo. “A universidade é do povo e é pra isso que a gente trabalha”, disse ao destacar as ações da universidade e o respectivo impacto nas comunidades locais. A data escolhida para o evento alinhou-se ao cronograma de atividades realizadas em diversas cidades, contra os cortes orçamentários na educação e em defesa da universidade pública. Em Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), entidades sindicais, estudantis e outros coletivos também foram às ruas em manifestações de apoio.
Durante as apresentações no palco instalado no estacionamento do Espaço de Convivência do campus, foram citados alguns indicadores institucionais em diferentes programas, no campo do ensino, na pesquisa, no hospital universitário, na assistência aos estudantes e em ações de extensão da universidade. Conforme dados da Pró-reitoria de Assistência Estudantil (Proae) cerca de 70% dos estudantes da Univasf dependem de algum tipo de subsídio institucional. Outros indicadores demostraram a dimensão e o impacto das ações de extensão voltadas diretamente às comunidades, atingindo a marca de 1.630 projetos executados desde 2012, conforme registros apontados pela pró-reitora de Extensão, Lúcia Marisy. “Em um único programa, o de inclusão de digital, já capacitamos 1.800 jovens do campo e das periferias urbanas com a implantação de mais de 300 laboratórios nos 54 municípios onde atuamos”, comemora.
Também no dia de ontem e nesta quinta-feira (16), o reitor da Univasf, Julianeli Tolentino, participou de audiências no Congresso Nacional e reuniões que trataram sobre as políticas para a educação superior. “Estamos buscando intensificar o diálogo com os parlamentares, as lideranças políticas que podem contribuir com nossa pauta em defesa das nossas universidades. É fundamental que estas lideranças compreendam o papel da universidade pública e o poder de mobilização da sociedade, um movimento espontâneo que nasce do sentimento de pertencimento e de acolhida às nossas instituições, universidades que respondem por mais de 90 por cento da produção científica do País, que geram conhecimento que impactam diretamente nas suas comunidades”, afirma.
Com 14 anos de atividade acadêmica, a Univasf possui mais de 10 mil estudantes. São 30 cursos de graduação presenciais, distribuídos em sete campi nos estados de Pernambuco (Petrolina e Salgueiro), Bahia (Juazeiro, Senhor do Bonfim e Paulo Afonso) e Piauí (São Raimundo Nonato), com impacto em mais 100 municípios do Semiárido nordestino. Na pós-graduação, quatro doutorados, 17 mestrados, 20 cursos de especialização e residências médica e multiprofissional. No âmbito do Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), a Univasf atua diretamente em 40 polos de Educação a Distância (EAD) com a oferta de seis cursos e outros dois no âmbito do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). No Índice Geral de Cursos (IGC) 2017, um dos indicadores utilizados pelo Ministério da Educação (MEC) para mensurar a qualidade dos cursos das instituições de ensino superior, a Univasf recebeu conceito 4, chegando próximo a pontuação máxima em uma escala que vai de 1 a 5.
“É incontestável que Univasf tem provocado mudanças significativas no mapa da educação superior da região, invertendo o fluxo migratório, diferente de um passado recente quando milhares de jovens saíam do interior para estudar fora de suas cidades de origem e muitos outros que sequer tiveram acesso a uma universidade pública. Mas, também não podemos esquecer que o processo de interiorização das universidades federais ainda não está plenamente consolidado e precisa de políticas de investimento permanentes para que não haja descontinuidade dos serviços, para que possamos vencer os novos desafios que se apresentam. O País não poderá voltar a crescer e retomar o ritmo de seu desenvolvimento se colocar a educação e a sociedade à margem desse processo”, ressalta vice-reitor Telio Leite.