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Em nota, Univasf manifesta solidariedade às pessoas e entidades vítimas de violência
A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) vem a público manifestar a sua indignação e repúdio contra ato de violência no último domingo (24), no bairro Rio Corrente, contra integrantes da CIA Biruta de Teatro e da Associação das Mulheres Rendeiras e Rede de Comunicadores Populares durante a Mostra de Artes Novembro Negro. Conforme relatos publicados na imprensa local, os envolvidos em uma abordagem realizada por equipe da Polícia Militar teriam sido vítimas de agressão física, conduta que não condiz com a função social da instituição policial, ao provocar insegurança, intimidação e até a prisão de pessoas que não representam nenhuma ameaça à vida nem à ordem pública.
Importante frisar que o respeito aos direitos dos cidadãos, às leis, à sociedade e à dignidade humana são princípios fundamentais às instituições militares no exercício de suas funções, cabendo aos respectivos agentes exercerem com responsabilidade o poder do qual estão investidos, com equilíbrio e abordagens corretas, evitando o uso de medidas extremas. Portanto, qualquer ato que viole estes princípios deve ser coibido, do contrário a sociedade civil ao invés de ser amparada pela autoridade legítima da Polícia, tornar-se-á ainda mais vulnerável quando submetida aos desvios de conduta, ao arbítrio do autoritarismo.
Este triste e constrangedor episódio chama a atenção de toda a sociedade e das instituições locais. E esta rede de solidariedade e apoio a todos os integrantes da CIA Biruta de Teatro, entidade parceira da nossa instituição em diversas atividades, e aos demais coletivos representados naquele evento, além de demonstrar indignação diante desse fato, reafirma o nosso compromisso com o Estado Democrático de Direito e em defesa de uma cultura de paz para todos, independentemente de gênero, raça, religião ou qualquer outra identidade que se apresente.
Que a nossa instituição reverbere a voz das imensas “minorias” e que esta ocorrência seja devidamente apurada. Entendemos que a instituição policial, a quem cabe garantir segurança à sociedade, não pode se omitir diante desse tipo de comportamento de nenhum de seus membros, da violência da qual também foram vítimas três estudantes negras em uma abordagem realizada na manhã do domingo, 10 de novembro, no centro de Petrolina (PE).
Conforme relato das jovens, dois policiais se reportaram a elas tendo as ameaçado durante a revista, de confiscar um livro que encontraram em uma das bolsas que portavam. Além de serem submetidas a esta ação uma das estudantes, já sem a companhia das outras duas colegas, foi agredida fisicamente por um dos agentes e que lhe desferiu um soco no olho direito. Estes atos demonstram conduta equivocada, explícito abuso de poder que maculam a instituição policial, cuja missão reconhecemos ser valorosa para toda a sociedade.