Na primeira metade do século XX, na Bahia, aconteceu a Guerra de Pau-de-Colher, um fenômeno messiânico e milenarista. Este momento histórico inspirou o livro “Pau-de-Colher: Contextos e Sentenças”, elaborado pelo professor Aroldo Ferreira Leão, do Colegiado de Engenharia Elétrica (Cenel) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O evento de lançamento da obra acontecerá nesta sexta-feira (11), às 19h30, no Cineteatro da Univasf, localizado no Campus Sede, em Petrolina.

Nas 700 páginas do livro, o autor aborda questões em torno dos movimentos messiânicos. A obra contém análises sobre a influência do padre Cícero, do beato Zé Lourenço, do beato Severino Tavares, sobre o reduto de Pau-de-Colher e outros tópicos que levaram à Guerra de Pau-de-Colher.

Ao contrário de outros marcos históricos, Leão conta que a Guerra de Pau-de-Colher é pouco mencionada nos livros didáticos e o objetivo do livro é resgatar, com o máximo de profundidade possível, este conflito. “O movimento de Pau-de-Colher precisa de pesquisas que possibilitem um real entendimento de seus ecos e reverberações no tempo. Os livros didáticos continuam em falta com o conflito, deixando à mercê do esquecimento um momento histórico, que deixou muitas feridas e desencantos na alma sertaneja”, aponta.

Para a produção da obra, Leão realizou entrevistas com várias pessoas, dentre as quais algumas participaram da guerra e conseguiram escapar. O professor resgatou imagens da época, que ajudam a compreender melhor esse acontecimento. A obra “Pau-de-Colher: Contextos e Sentenças” pode ser adquirida no evento de lançamento ou no site da Estante Virtual, onde o Sebo Solaris disponibiliza também outras obras do autor.

Com 178 livros publicados e participação em 52 antologias, Aroldo Ferreira Leão é poeta, auditor fiscal e professor de Matemática da Univasf. Ele possui doutorado em Educação Matemática e doutorado em Epistemologia e História da Ciência. Em 2013, recebeu o Prêmio Jabuti, juntamente com diversos docentes da Univasf, pela escrita da obra Flora das Caatingas do Rio São Francisco, onde participou escrevendo o terceiro capítulo sobre os índios Cariris do Sertão.