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“Missão Climática pela Caatinga de Enfrentamento à Desertificação e à Seca” acontece na Univasf com presença da ministra Marina Silva
Parcerias em prol do combate à desertificação e às mudanças climáticas na Caatinga.
A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) sediou, ontem (10), a “Missão Climática pela Caatinga de Enfrentamento à Desertificação e à Seca”, que foi realizada no Cineteatro, no Campus Sede, em Petrolina (PE). O evento foi promovido em parceria pelos Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e a Univasf com o objetivo de anunciar ações e estabelecer acordos em prol do combate à desertificação e aos efeitos das mudanças climáticas no semiárido. O evento teve a participação de agricultores, representantes de comunidades e povos tradicionais, autoridades, estudantes e servidores da Universidade, que lotaram o Cineteatro, durante toda a tarde.
O evento contou com a presença da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; da secretária Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Lilian Rahal; do secretário Executivo da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), Ibrahim Thiaw; e do superintendente da Sudene, Danilo Cabral, que foram recebidos pela vice-reitora da Univasf, Lucia Marisy de Oliveira. Também participaram do evento o coordenador Executivo da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), Cícero Felix; os deputados federais Célia Xakriaba (PSOL/MG), Fernando Mineiro (PT/RN), Leônidas Cristino (PDT-CE) e Túlio Gadêlha (Rede/PE); o presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Caatinga, Francisco Campello; o representante Adjunto do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Christian Fischer; e o diretor Executivo de Governança e Gestão da Embrapa, Alderi Emídio de Araújo.
Na ocasião, houve a assinatura de parceria envolvendo a Sudene, o MMA e a Univasf, que destinará recursos da ordem de R$ 4 milhões, para atualização dos Planos Estaduais de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca. Também foi anunciada a retomada do Programa Cisternas, do MDS, e a criação da Rede de Pesquisadoras e Pesquisadores sobre Desertificação e Secas. Houve ainda o anúncio do projeto de Combate às Mudanças Climáticas e Desertificação nos Territórios do Semiárido com foco em Comunidades Tradicionais e Terras Indígenas, a ser realizado em parceria pelo MMA e o IICA, com recursos do Fundo Verde do Clima, em comunidades tradicionais dos municípios de Salgueiro e Carnaubeira da Penha, em Pernambuco.
O secretário Executivo da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), Ibrahim Thiaw, elogiou o Brasil pela visão e envolvimento da população o combate à desertificação. Para ele, a visita à região demonstrou que o combate à desertificação não é uma responsabilidade apenas dos órgãos governamentais, das universidades ou da sociedade civil, mas é papel de toda a população. Ele destacou que a Convenção de Desertificação da ONU surgiu no Rio de Janeiro e fez um alerta. “Cerca de 100 milhões de hectares de áreas férteis são degradados todos os anos. Isso é o tamanho do estado do Mato Grosso”, disse. Thiaw convidou os presentes a participar da Conferência das Partes (COP 16) da UNCCD, que será realizada na Arábia Saudita, em dezembro, para levar a mensagem de preservação ambiental que ele presenciou em sua passagem pelo Vale do São Francisco.
A vice-reitora Lucia Marisy destacou, durante o evento, as ações que a Univasf vem desenvolvendo nestes quase 20 anos de atividades acadêmicas para contribuir com a preservação da Caatinga. Além dos cursos de graduação na área de Ciências Agrárias, ela citou os programas de pós-graduação, como o Mestrado em Extensão Rural e o Doutorado em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial, e a especialização em Tecnologias Agrícolas de Baixa Emissão de Carbono Fortalecendo a Convivência com o Semiárido e outras ações de extensão voltadas às populações e comunidades tradicionais da região. A vice-reitora destacou ainda diversos projetos como o Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas da Caatinga (Crad), o Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna), o Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) e os mais recentes Sisteminha Espaço Plural e a Agrofloresta, cuja ações estão voltadas à preservação do bioma. Ela também ressaltou que a Univasf irá promover o I Congresso Internacional sobre Mudanças Climáticas e suas Consequências em Territórios Semiáridos (I CIMCCTS), que acontecerá no Complexo Multieventos, no Campus Juazeiro, de 20 a 24 de agosto.
A ministra Marina Silva destacou que as ações e os recursos anunciados durante o evento representam a retomada das políticas de enfrentamento à desertificação e à seca na região semiárida. “Lidar com um bioma que é único no mundo, que é a Caatinga, é uma grande responsabilidade que nós temos”, afirmou. Ela ressaltou ainda a importância do conhecimento das populações tradicionais. “A gente acha que Ciência é só a que é feita na universidade. É muito importante. Valorizo muito as universidades, mas além do conhecimento científico, que eu prezo tanto, tem o conhecimento das populações tradicionais, dos agricultores familiares e esse conhecimento é precioso na hora de fazer política pública”, disse.
A comitiva da ministra também esteve em Juazeiro (BA) pela manhã, onde visitou comunidades rurais e, em seguida, visitou o Espaço Plural da Univasf na companhia da vice-reitora Lucia Marisy. A “Missão Climática pela Caatinga de Enfrentamento à Desertificação e à Seca” foi transmitida pela TV Caatinga e o vídeo está disponível no YouTube.