O Núcleo Temático (NT) Sertão Agroecológico, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) realizou, na última quarta-feira (27), a apresentação dos diagnósticos dos trabalhos desenvolvidos no ano letivo de 2018.2. Foram apresentados três relatórios, elaborados a partir de atividades extensionistas realizadas por 24 estudantes, sob a orientação de quatro professores da Univasf. As apresentações aconteceram no período da tarde, no Campus Ciências Agrárias (CCA), em Petrolina (PE).

Os trabalhos foram desenvolvidos por estudantes dos cursos de Engenharia Agronômica, Ciências Biológicas, Ciências Sociais, Administração e Medicina Veterinária e orientados pelos professores Helder Freitas e Rita Gervásio, do Colegiado de Engenharia Agronômica; Flaviane Monteiro Silva, do Colegiado de Medicina Veterinária; e Denes Dantas, do Colegiado de Ciências Sociais. O primeiro trabalho apresentado, intitulado “Introdução para crianças sobre a importância dos insetos e hortas”, foi realizado na Escola Municipal Professora Maroquinha, em Petrolina. Lá, os estudantes trabalharam segurança alimentar com as crianças através da apresentação de insetos e degustação de frutas.

O segundo trabalho foi sobre o uso de plantas medicinais no tratamento de animais, e foi realizado no assentamento Terra da Liberdade, também em Petrolina. Nesse trabalho os estudantes levaram mudas de plantas medicinais, principalmente espécies típicas da caatinga como mulungu, angico, pau-ferro e juazeiro, estruturaram uma horta e ensinaram os moradores como utilizá-las para tratar parasitas e verminoses na criação de animais. Já o terceiro trabalho, chamado “Relatório participativo sobre o assentamento Terra da Liberdade”, observou as dinâmicas do assentamento, da comunidade, e, principalmente, da horta orgânica que os moradores cultivam.

Alexsandro Cardoso, estudante de Medicina Veterinária que apresentou o relatório participativo sobre o assentamento, falou sobre a importância de buscar integração entre a academia e a comunidade. “Levar conhecimento acadêmico para dentro da comunidade sem ser insolente foi essencial, porque os anseios foram apresentados e pudemos apresentar conclusões que são construídas em conformidade com a comunidade”, afirmou ele durante sua apresentação.

Para Adriano José da Silva, morador do assentamento Terra da Liberdade, a ajuda da Universidade é importante para as comunidades. “As comunidades rurais têm muita força de vontade, mas falta uma ajuda para elas. Acredito que a academia consegue fazer bem esse papel, o de organização. A ajuda da Univasf na construção do associativismo na comunidade está sendo fundamental”, comentou.

Segundo o coordenador do NT, Helder Freitas, o objetivo do evento foi promover a socialização com professores, alunos e comunidade externa e apresentar as diferentes propostas de intervenção, como elas foram aplicadas, como a comunidade recebeu, o que deu certo e o que deu errado. “Nosso objetivo é fazer uma troca sobre as possibilidades de atuação dos grupos dentro da perspectiva agroecológica e a Universidade tem aprendido muito com essas experiências. Além disso, temos identificado demandas de ensino, pesquisa e extensão com o intuito de oferecer respostas, ajudar a comunidade e formar melhor os futuros profissionais”, disse.

Sertão Agroecológico - O Sertão Agroecológico atua desde 2012 com ações de pesquisa e extensão. Ele tem como objetivo contribuir para que a agroecologia, que é o estudo da agricultura sob a perspectiva ecológica e a convivência com o semiárido, cresça e se estabeleça entre agricultores orgânicos dos perímetros irrigados, assentamentos e comunidades tradicionais da região.