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Cursos de capacitação ofertados pelo Nema promovem intercâmbio de conhecimentos nas Unidades de Conservação da ararinha-azul
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Promover a troca de saberes e qualificar os moradores que vivem no interior e entorno das unidades de conservação da ararinha-azul, na zona rural de Curaçá (BA). Este foi o principal objetivo da primeira temporada de cursos gratuitos oferecidos pelo Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), por meio do projeto RE-Habitar Ararinha-azul. As capacitações foram realizadas para popularizar conceitos, métodos e técnicas de recuperação hidroambiental de áreas degradadas usados pelo projeto. A primeira temporada de cursos foi finalizada no mês passado com o encerramento da capacitação sobre “Sistemas Agroflorestais para o Semiárido”.
Todas as capacitações ocorreram na Associação de Agropecuaristas da Fazenda Melancia e Adjacências e propriedades próximas, localizadas no Refúgio Silvestre (RVS) da Ararinha-azul, com sessões teóricas e práticas. Uma média de 33 pessoas participou de cada um dos dez cursos, que foram direcionados à população das zonas rural e urbana de Curaçá e de outros municípios da Bahia e de Pernambuco. Entre os participantes destacam-se agricultores familiares, estudantes, professores, colaboradores do projeto, além de profissionais de instituições parceiras como Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP) e BlueSky Caatinga.
Foram ministrados cursos sobre diversas temáticas, sendo cada uma sobre uma das ações executadas pelo projeto RE-Habitar Ararinha-azul para reconstituir e facilitar a conservação da região, como técnicas de recuperação de áreas degradadas, tecnologias sociais, produção de mudas e construção de viveiros. Com a finalização dos cursos, os participantes se tornaram mais capazes de seguir realizando todas as ações do projeto, de modo a se profissionalizar, melhorar a qualidade de vida na região, além de contribuir para restaurar e conservar a vegetação nativa, que os sustenta, ao seu modo de vida e à fauna silvestre.
Como material de apoio às aulas, foram produzidos guias de campo para cada uma das capacitações e distribuídos aos participantes. O material auxilia na aprendizagem e possibilita que o conhecimento seja replicado, através de linguagem acessível, exemplos, imagens e ilustrações. Para ampliar a divulgação do conhecimento, todos os guias estão disponíveis para download gratuito no site do Nema.
De acordo com a pesquisadora do projeto RE-Habitar Ararinha-azul, Cláudia Martins, os cursos foram pensados como uma forma de envolver pessoas, famílias e comunidades no movimento da restauração e da conservação. “Entendemos que os projetos têm um ciclo de vida, almejando deixar o local melhor do que quando iniciaram. Reconhecemos, porém, que quando terminam, as ações e governança cabem exclusivamente às pessoas do local. Então, apesar do foco ser a capacitação através da troca de conhecimentos técnico-científicos e tradicionais, os cursos acabam por cumprir um papel agregador e multiplicador, o que é excelente, em termos sociais e ambientais”, ressalta.
Novos cursos serão oferecidos na segunda temporada, que já iniciou com a realização de duas capacitações. No total, serão seis cursos gratuitos sobre os mesmos temas (sementes, mudas, cordões em contorno, barragens sucessivas, implementação e monitoramento da recuperação), realizados na zona urbana de Curaçá. A divulgação das inscrições para as capacitações são realizadas no Instagram do projeto.
RE-Habitar Ararinha-azul - Projeto desenvolvido no âmbito do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e financiado com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) é o órgão implementador, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) é o órgão executor financeiro e a gestão administrativa do projeto é realizada com a participação da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento (Fade), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).