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Docente da Univasf é premiada em Salões de Artes Visuais da Bahia

publicado: 14/11/2024 14h05 última modificação: 14/11/2024 14h05

A professora do Colegiado de Artes Visuais (Cartes) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Sarah Hallelujah, está entre os sete artistas cujas obras foram selecionadas para compor a 65ª edição dos Salões de Artes Visuais da Bahia, em Juazeiro (BA). Ela também foi contemplada com o prêmio de aquisição, concedido a três dos trabalhos que se destacaram na exposição coletiva promovida pela Fundação Cultural do Estado da Bahia, vinculada à Secretaria de Cultura do Estado (Funceb/SecultBA). A mostra está aberta à visitação desde a última quinta-feira (7), no Centro Cultural João Gilberto, e segue em cartaz até o dia 7 de dezembro. A entrada é gratuita. A docente apresenta na exposição sua instalação “Arquivo Bendegó – a pedra Cuitá”.

Em 2024, os Salões de Artes Visuais da Bahia têm como objetivo apresentar ao público a diversidade da atual produção baiana em artes visuais, além de divulgar e valorizar o trabalho de artistas, incluindo aqueles em início de carreira. O trabalho de Sarah, "Arquivo Bendegó – a pedra Cuitá", baseia-se em dois estudos desenvolvidos durante seu doutorado: "Para resistir: Bendegó" e "Elaborações para o retorno da pedra Cuitá". A pesquisa foi elaborada para explorar a relação entre experiência e relato, a partir das histórias sobre o descobrimento e a posterior apropriação da pedra Cuitá, ou pedra Quilá, como é conhecido regionalmente o meteorito de Bendegó, encontrado em 1784 no sertão da Bahia, na área da atual cidade de Monte Santo. No final do século XIX, a pedra foi levada ao Museu Nacional, no Rio de Janeiro.

A narrativa é construída a partir das perspectivas da história oficial, registrada em um relatório de 1888, e da história oral, transmitida por poetas cordelistas e moradores da região, como conta Sarah: “Nunca visitei o meteorito do Bendegó, apenas sua réplica, que está em exposição no Museu Geológico da UFBA. Mas estive no lugar de onde ele foi retirado e escutei as histórias de sua captura. Empreendo uma pesquisa sobre sua forma, que atravessa os documentos históricos que atestam sua captura. ‘Retiro’ sua imagem e sua ideia do museu, também do arquivo, buscando poeticamente devolvê-lo ao sertão semiárido e responder, de alguma forma, a essas vozes que cantam o seu retorno”, diz.


“Arquivo Bendegó – a pedra Cuitá”

A docente ressalta que ser uma das premiadas nos Salões de Artes Visuais da Bahia representa o reconhecimento, não apenas de um trabalho, mas de uma carreira de 24 anos. “É muito bom esse reconhecimento, principalmente sendo premiada aqui no Vale do São Francisco, um lugar que escolhi para morar e onde vivo desde 2013. Como professora, também é uma forma de ser exemplo para os alunos do que pode ser um professor artista”, ressalta Sarah.

Além de Sarah Hallelujah, a artista Luisa Magaly, egressa do curso de Artes Visuais da Univasf e atualmente professora assistente do Departamento de Expressão Gráfica e Tridimensional da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (EBA-UFBA), também expõe uma obra na mostra. Sua instalação, intitulada "Para dias de chuva: repouso", feita de tecido de algodão e cerâmica, nasceu de uma performance homônima de 2016, intitulada "Para dias de chuva: a terra". A exposição coletiva em Juazeiro também conta com a participação dos artistas Talbert Igor, Alessandra Paes, Alex Moreira, Gabriel Ferreira e Aislane Nobre, sendo que os dois últimos também receberam o prêmio de aquisição.

Salões de Artes Visuais da Bahia – Criados em 1992, os Salões de Artes Visuais da Bahia se estabeleceram como um dos principais meios de apoio à criação e divulgação de obras artísticas, além de impulsionar a movimentação dos espaços expositivos no estado da Bahia. Em 2024, além de Juazeiro, serão realizadas exposições abertas para visitação pública em: Itabuna, Cachoeira, Irecê, Barreiras e Guanambi, retomando a itinerância do projeto.