"Estética Negra: una investigación sobre la fotografía de Lázaro Roberto" é o livro escrito pelo docente do Colegiado de Artes Visuais (Cartes) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Elson de Assis Rabelo, e publicado no início de dezembro no Uruguai. A obra tem como objetivo analisar as noções vernacular, filosófica e política de beleza na história da arte negra moderna e contemporânea, por meio do trabalho do fotógrafo baiano Lázaro Roberto Ferreira dos Santos, com uma série de fotos produzidas nos anos 1990 sobre os cuidados com os cabelos, os corpos e a aparência de pessoas negras.

O título foi publicado através de um edital proposto pelo Centro de Fotografia de Montevidéu (CdF), instituição pública Uruguaiana dedicada à conservação, documentação, geração, investigação e divulgação de imagens fotográficas de interesse para latino-americanos. O livro foi publicado no 22º aniversário do Centro em formato de e-book, disponível para acesso gratuito através deste link.

Lázaro Roberto é co-fundador do Zumvi Arquivo Fotográfico, uma associação que arquiva e estimula a produção de fotógrafos negros e foi a base do trabalho publicado. O docente Elson Rabelo buscou realizar uma investigação sobre as fotografias produzidas pelo fotógrafo e arquivadas com a classificação “estética negra”. As experiências de Lázaro, também conhecido como Lente Negra, constituíram um trabalho de fotografia documental sobre assuntos importantes para a população negra, com o intuito de trazer novas narrativas de memória sobre as lutas e as expressões culturais afrodescendentes.

Para o docente Elson Rabelo, o livro é importante por dar visibilidade à produção de fotógrafos negros e ao debate sobre a valorização da identidade das pessoas negras. O autor também acredita que a publicação internacionaliza a pesquisa realizada por docentes brasileiros, especialmente da Univasf. “Penso que a divulgação desta publicação internacionalmente seja importante para o fortalecimento de nossa Instituição, através de sua inserção em debates e circuitos editoriais fora do Brasil”, comenta o professor.