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Estudante da Univasf recebe prêmio no X Congresso Brasileiro de Micologia
A estudante de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) Maria Clara de Macedo Neves recebeu o prêmio Prof. Dr. Carlos da Silva Lacaz na categoria “Graduação” no X Congresso Brasileiro de Micologia. A premiação ocorreu na última sexta-feira (23), na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte (MG), onde o evento aconteceu. No total, foram 730 pôsteres apresentados, sendo apenas quatro premiados, em categorias distintas. A pesquisa é resultado da parceria entre o Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) e o Laboratório de Microbiologia da Univasf.
Intitulado “Ocorrência e infectividade de fungos micorrízicos arbusculares em serrapilheira na Caatinga baiana”, o trabalho de Maria Clara, que está no 8º período do curso, foi desenvolvido com a orientação do professor do Colegiado de Ciências Biológicas Renato Garcia Rodrigues e da professora do Colegiado de Zootecnia Adriana Mayumi Yano de Melo. A pesquisa foi realizada em Curaçá (BA), nas áreas degradadas localizadas nas Unidades de Conservação da ararinha-azul, onde o projeto RE-Habitar Ararinha-azul, executado pelo Nema, realiza ações de recuperação hidroambiental.
O intuito do estudo foi investigar se fungos do filo Glomeromycota podem ocorrer em serrapilheira, uma camada que fica acima do solo e é formada por restos de plantas e acúmulo de material orgânico vivo em diferentes estágios de decomposição. Como estes microrganismos são benéficos às plantas, com o prosseguimento do estudo poderão ser comprovados os benefícios do uso da serrapilheira na restauração de áreas degradadas. Durante a pesquisa, foram analisadas coletas dessa camada e, posteriormente, foi realizado o experimento em campo, onde esse material foi transferido para os núcleos de restauração implantados pela equipe do projeto RE-Habitar Ararinha-azul.
Conforme a estudante, este trabalho contribui para o surgimento de novas pesquisas envolvendo este tipo de fungo. “O nosso trabalho é o segundo registro para o Brasil, que demonstra a ocorrência destes microrganismos em serrapilheira, sendo assim uma novidade, porque poderemos usá-la em áreas de restauração como uma ferramenta contra a desertificação na Caatinga”, explica Maria Clara (na foto ao lado com a professora Adriana Mayumi).
Para ela, a premiação é mais uma motivação para seguir com a pesquisa. “Ter recebido o prêmio me fez sentir que todo esforço valeu a pena e, por mais que estudos científicos sejam árduos, mostra que estamos no caminho certo, e isso traz sede de tentar entender cada vez mais a dinâmica dos organismos”, conclui.
O estudo seguirá em andamento para responder a novas perguntas em níveis mais complexos. A próxima etapa será verificar se a serrapilheira foi eficaz em transpor os fungos para os núcleos de restauração, a partir de comparativo da coleta de solo, que foi realizada no início da pesquisa.
RE-Habitar Ararinha-azul - Projeto desenvolvido no âmbito do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e financiado com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) é o órgão implementador, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) é o órgão executor financeiro e a gestão administrativa do projeto é realizada com a participação da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento (Fade), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).