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Estudos sobre plantas medicinais são debatidos durante o VI Plamevasf, no Campus Juazeiro
O evento vai até o próximo sábado, no Complexo Multieventos
Sara Soares ministrou, na manhã de hoje, a palestra sobre “Antioxidantes naturais do Cariri cearense”
Estudantes de graduação e pós-graduação e pesquisadores de diversos estados das regiões Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil estão reunidos em Juazeiro (BA) para o VI Simpósio de Plantas Medicinais do Vale do São Francisco (Plamevasf), que é promovido pelo Núcleo de Estudos em Plantas Medicinais (Neplame) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O evento teve início ontem (27), no Complexo Multieventos da Univasf, com minicursos e solenidade de abertura, e continua hoje (28) com apresentações de trabalhos e palestras. As atividades seguirão até o próximo sábado (30).
De acordo com o pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da Univasf, Jackson Guedes, que é presidente da comissão organizadora do Plamevasf, aproximadamente 400 pessoas se inscreveram para o evento. Também foram aprovados 250 trabalhos, que serão apresentados nas modalidades oral e pôster. Já a programação conta com temáticas de diversas áreas ligadas aos estudos em plantas medicinais, como agronomia, botânica, fitoterapia, farmacologia, microbiologia, química, parasitologia, entre outras.
Jackson Guedes explica que a presença de profissionais de diferentes áreas do conhecimento, reunidos no Plamevasf, tem ligação com a interdisciplinaridade das pesquisas em plantas medicinais. “Para a gente partir da planta e chegar ao medicamento várias etapas devem ser seguidas. E esses profissionais vão atuando nas diversas etapas até que o medicamento possa chegar na prateleira da farmácia”, afirmou Guedes.
Sara Soares Damasceno faz parte do grupo de profissionais presentes no Plamevasf e ministrou, na manhã de hoje, a palestra sobre “Antioxidantes naturais do Cariri cearense”. Além de professora do ensino básico, técnico e tecnológico do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE), ela é estudante de doutorado da Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio), pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), onde desenvolve a pesquisa apresentada no evento. “Para mim, a principal importância do evento é a comunicação, a troca de informações no meio científico. Poder apresentar a nossa pesquisa e compartilhar com estudantes de pós-graduação o que eles estão desenvolvendo frente a essa temática também é muito relevante”, declarou Sara.
O biólogo e estudante de mestrado em Ciências da Saúde na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) Joab de Santana Santos irá apresentar um trabalho no Plamevasf sobre a atividade de anticorpos extraídos de folhas e caules da jaqueira contra cepas do fungo causador da candidíase. Ele afirma que a participação em um evento como esse é indispensável. “Há poucos eventos na área de plantas medicinais no Brasil, durante o ano. O Plamevasf vem crescendo e é uma oportunidade que temos de submeter nossos resultados”, contou Santos.
Já Thalia Alves é estudante do quinto período de Farmácia na Univasf e apresentou o trabalho “Influência das variáveis agronômicas, fertilização, estação anual e sombreamento sobre o teor de cirsiliol, um potente agente citotóxico da espécie Leonotis nepetifolia”. A pesquisa foi desenvolvida no Neplame e estudou diferentes formas de cultivo da espécie – uma planta com flavonoides que combatem o câncer, atacando apenas as células dos tumores –, com a finalidade de aumentar o teor desses flavonoides.
Ela destaca que o trabalho é de grande importância para a comunidade. “O câncer é um problema de saúde pública e não há nenhum tratamento definitivo para esta patologia. A gente quer buscar algo que seja eficiente e possa beneficiar mais ainda a população”, afirmou Thalia.
Para o professor Jackson Guedes, o Plamevasf tem a importância justamente de dar o retorno à comunidade sobre as pesquisas desenvolvidas no ambiente acadêmico. “A população utiliza muito plantas medicinais. Um dos objetivos do evento é apresentar os estudos que são feitos na química, na farmacologia, na toxicologia, para mostrar que essas plantas têm efeitos farmacológicos e terapêuticos, mas também podem ter efeitos colaterais”, explicou Guedes.