O desenvolvimento humano alcança maior progresso quando a ciência trabalha de forma interdisciplinar, com áreas como saúde, meio ambiente, humanas e tecnologias agindo para solucionar problemas em comum. A fim de unir essas áreas e mostrar o que elas estão produzindo, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) está promovendo o I Congresso Nacional Interdisciplinar do Vale do São Francisco (Civasf). Com a temática “Estudos interdisciplinares para o desenvolvimento humano”, o Civasf começou ontem (8) e será encerrado hoje (9) à noite. O evento está acontecendo no auditório da biblioteca e no ginásio de esportes, no Campus Sede, em Petrolina (PE).

O Civasf tem, em sua programação, palestras, minicursos, oficinas, mesas redondas e apresentações de trabalhos com temas referentes aos quatro eixos da interdisciplinaridade: Meio Ambiente; Sociais e Humanidades; Engenharia/Tecnologia/Gestão e Saúde e Biológicas. Foram, ao todo, 310 inscritos dos estados de Pernambuco, Bahia, Ceará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas, Minas Gerais, Santa Catarina, Amazonas, São Paulo e Rio de Janeiro e, no decorrer do evento, 274 trabalhos em formato de apresentação oral e pôster estão sendo apresentados.

De acordo com o professor do Programa de Pós-Graduação Ciências da Saúde e Biológicas (PPGCSB) Ferdinando Carvalho, membro da organização, o evento começou em 2014 como um encontro, depois virou simpósio e, devido à participação efetiva de pessoas de outros estados, este ano se tornou um congresso nacional. “Resolvemos aumentar o escopo do projeto e unir graduação, pós-graduação e egressos da Univasf e também pesquisares de diversos lugares do país. Nosso objetivo é mostrar que a ciência caminha para a interdisciplinaridade e que é preciso fortalecer essas áreas para poder uni-las em prol do desenvolvimento humano e, consequentemente, da melhoria de vida da população”, disse.

Andrea Waichman é professora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e veio para Petrolina para participar da mesa redonda intitulada “Os impactos dos agrotóxicos na saúde, trabalho e ambiente no contexto do agronegócio”, que aconteceu hoje pela manhã. De acordo com ela, problemas ambientais precisam ser tratados por vários setores. “Não podemos setorizar os problemas, precisamos propor discussões interdisciplinares e sugerir soluções que permeiem a interdisciplinaridade. É muito importantes tratar saúde, economia, ecologia e os problemas da atualidade entendendo que por eles permeiam diversas áreas e que elas devem se unir para solucionar essas problemáticas”, afirmou Andrea.

Um dos trabalhos apresentados foi o de Victória Régia de Brito Souza. Ela cursa Enfermagem e veio da Universidade Católica de Quixadá, no Ceará, para apresentar um trabalho sobre a importância dos enfermeiros na detecção do câncer de mama. De acordo com ela, muitas pessoas de seu curso se interessaram por participar do congresso, tanto que veio uma comitiva de 40 pessoas de sua universidade. “Esse é o meu primeiro congresso e escrevi esse trabalho somente para apresentar aqui. Para mim, é muito importante saber sobre as outras áreas de atuação e poder ver como elas estão tratando problemáticas que temos em comum, já que quando eu me formar vou trabalhar com uma equipe multidisciplinar e não com enfermeiros apenas”, comentou.