Cuidar do meio ambiente é um dever de toda a população e, para isso, a educação ambiental tem o papel fundamental de divulgar ações de conscientização. Com o objetivo de discutir essa questão sob a temática “O meio ambiente como uma problemática social”, começou, ontem (4), o IV Congresso Brasileiro de Educação Ambiental Interdisciplinar (COBEAI). O evento é promovido pelo Programa Escola Verde (PEV), da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), e acontece até amanhã (6) no Complexo Multieventos da Univasf, no Campus Juazeiro.

Ontem pela manhã, houve a abertura do evento, com a presença do vice-reitor Telio Nobre Leite, e a conferência de abertura, ministrada por Martha Tristão, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que falou sobre “Educação ambiental na era do Pós-Colonialismo” e levantou o debate sobre a tríade cultura, natureza e sociedade e o conceito de socioambientalismo. No período da tarde, aconteceram minicursos sobre fotografia, sustentabilidade, plantas medicinais, governança da água e topografia com uso de smartphones. Já à noite aconteceram mesas redondas sobre educação financeira, ecologia em saúde, patentes verdes, patrimônio ambiental do semiárido, entre outros assuntos.

Além disso, está acontecendo, também, a apresentação de trabalhos científicos e a exposição de projetos relacionados à educação ambiental. Um deles é o projeto de extensão Formigas da Caatinga, coordenado pelo professor do Colegiado de Ciências Biológicas Benoit Jean Bernard. De acordo com ele, a educação ambiental é importante por levar conhecimento para as comunidades, que poderão, a partir daí, utilizar a natureza a seu favor. “As formigas são vistas, muitas vezes, como pragas, e o projeto existe para mostrar que elas são animais que desenvolvem um papel ambiental importante para o bioma. Algumas delas são dispersoras de sementes. Em outras, o veneno está sendo estudado para a cura do câncer. A educação ambiental serve para mostrar para a comunidade que precisamos proteger a natureza, mas que, para poder proteger, precisamos conhecê-la”, afirma o professor. 

João da Silva é físico, engenheiro sanitarista, advogado ambiental e mestrando no Programa de Pós-Graduação em Ciência e Meio Ambiente, da Universidade Federal do Pará (UFPA). Ele veio apresentar um trabalho sobre a análise dos parâmetros ambientais da água utilizada no Campus do Guamá, em Belém (PA). De acordo com ele, está gostando muito da cidade, do evento, e principalmente da sua abordagem interdisciplinar. “É importante reunir todas as disciplinas para tratar esse tema, porque a educação ambiental envolve cada pessoa, para que, a partir da união de todas as áreas, possamos lutar para preservar todas as espécies, não somente a humana”.

Já para Paulo Ramos, coordenador do PEV e organizador do evento, essa edição possui alguns diferenciais, como a participação de mais de mil inscritos de diversos lugares como Amazonas, Amapá, Sergipe, Paraíba e Tocantins. “Buscamos montar uma programação diversa e rica em discussões e vivências e pretendemos, com isso, mostrar a importância de se valorizar a cultura e a modelagem ambiental local, contextualizando a educação para promover a educação ambiental. Além disso, podemos perceber que o evento está alcançando certa maturidade, porque estamos recebendo convites para sediá-lo em outros lugares a partir do ano que vem”, conclui Ramos.

A programação do evento segue até amanhã com palestras, minicursos, lançamento de livros e visitas técnicas. Mais informações podem ser consultadas no site do evento.