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Professores do Campus Senhor do Bonfim da Univasf participam de estudo publicado pela Revista Nature

publicado: 25/03/2025 15h48 última modificação: 25/03/2025 15h48

Dados sobre a vegetação da Caatinga estão presentes no estudo. Foto: Jhonathan de Oliveira Silva.

Dois professores da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) participaram de uma pesquisa que foi publicada recentemente na revista Nature, uma das mais prestigiadas do mundo. O estudo investigou a variação das características do dossel das florestas tropicais ao redor do mundo. Os docentes Jhonathan de Oliveira Silva e Priscyla Maria Silva Rodrigues, do Colegiado de Ecologia (Ceco), do Campus Senhor do Bonfim, que integram o Laboratório de Ecologia Básica e Aplicada (Leba), contribuíram com o estudo com dados relativos à vegetação da Caatinga.

O artigo intitulado “Canopy functional trait variation across Earth’s tropical forests” (Variação das características funcionais do dossel nas florestas tropicais da Terra), mapeou, pela primeira vez, a diversidade de características reunidas pelo encontro das copas das árvores, o chamado dossel, nas florestas tropicais das Américas, África e Ásia. Os professores da Univasf explicam que a pesquisa combinou dados de campo, sensoriamento remoto e variáveis ambientais para realizar esse mapeamento. O trabalho reuniu pesquisadores de todo o mundo e contribui para um grande avanço no entendimento da ecologia das florestas tropicais.

A professora Priscyla Rodrigues informa que o Leba faz parte de redes internacionais de pesquisa colaborativa. “Dentro desse esforço global, o Leba é responsável pelo monitoramento da vegetação em áreas da Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro e de grande importância para os estudos sobre florestas tropicais secas”, observa.

De acordo com a docente, no estudo, foram analisados 13 traços das folhas e da madeira das árvores, incluindo aspectos morfológicos, entre eles área foliar, espessura e conteúdo de água foliar, além de componentes químicos, como concentrações de cálcio, carbono, fósforo, magnésio e nitrogênio, e dados para densidade da madeira. “Esses traços estão diretamente ligados a processos ecológicos fundamentais, como a fotossíntese e a transpiração, tornando-se a principal interface para a troca entre floresta-atmosfera. Portanto, entender a diversidade funcional do dossel ajuda a prever como as florestas tropicais respondem a mudanças ambientais e climáticas”, explica Priscyla.

A pesquisa mostra que as florestas tropicais localizadas em regiões mais secas estão alterando sua composição funcional mais rapidamente e se tornando mais homogêneas. “Essa homogeneização pode reduzir a capacidade dessas florestas de responder a mudanças ambientais, como eventos climáticos extremos. Por outro lado, florestas com maior diversidade funcional tendem a ser mais resilientes, sofrendo menos impactos diante de fenômenos como o El Niño”, diz a professora da Univasf. Ela ressalta que esses achados reforçam a importância da preservação da diversidade funcional das florestas tropicais para garantir sua estabilidade e capacidade de enfrentar as mudanças climáticas, antes que a perda desses ecossistemas seja irreparável.