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Univasf integra projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação de energia solar fotovoltaica com Chesf, UFPE e UPE
Painéis fotovoltaicos da Planta Básica, no Centro de Referência em Energia Solar de Petrolina (Cresp)/Foto: Adeon Pinto.
O potencial de geração de energia solar do sertão do São Francisco aliado à busca por inovações na área de energias alternativas resultou no estabelecimento de uma parceria público-privada envolvendo a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Universidade de Pernambuco (UPE) e a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), órgão financiador da iniciativa. A parceria visa à execução de um projeto de Pesquisa & Desenvolvimento e Inovação (P&D+I) que está em andamento em Petrolina (PE), cujo objetivo é desenvolver produtos e processos para ampliar as possibilidades de implantação, no Brasil, de sistemas e plantas fotovoltaicas que operem com maior eficiência e, ao mesmo tempo, a custos menores e com menor impacto ambiental.
O projeto conta também com a atuação da FITec - Inovações Tecnológicas, uma fundação privada de fins não lucrativos credenciada no Ministério da Ciência e Tecnologia; e do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), vinculado à Eletrobrás. O P&D+I receberá cerca de R$ 54 milhões em recursos da Chesf, por meio das Leis Nº 9.991/2000 e Nº 10.973/2004 e seus decretos regulamentares, que regem a aplicação de recursos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação pelas empresas de energia elétrica. O projeto, que teve início em 2017, é realizado no Centro de Referência em Energia Solar de Petrolina (Cresp), pertencente à Chesf, na região do Pontal Sul.
Uma planta de energia solar fotovoltaica já está instalada no local, a Planta Básica, com 7,6 mil painéis, com capacidade de gerar até 2,5 MW, energia suficiente para alimentar aproximadamente 850 residências típicas. Uma segunda planta está em fase de instalação, a Planta Fotovoltaica Tecnológica de Petrolina. É nesta Planta Tecnológica onde serão desenvolvidas as ações de P&D+I. A etapa atual do estudo começou em agosto de 2020 e terá duração de dois anos. A expectativa é que as atividades na nova planta tenham início no primeiro semestre de 2021.
O professor do Colegiado de Engenharia Elétrica Adeon Cecílio Pinto, coordenador do projeto na Univasf, explica que a Planta Tecnológica será menor, com capacidade de geração de até 500 kW, mas terá uma maior complexidade em termos de diversidade de tecnologias instaladas. Nesta planta, de acordo com o professor, serão instalados mais de 20 subsistemas diferentes de geração de energia fotovoltaica. “Serão sistemas menores que utilizarão as tecnologias mais recentes e promissoras para que as instituições parceiras possam realizar estudos e pesquisas de desenvolvimento de geração de energia com potencial para serem incorporados ao sistema elétrico no futuro”, relata o docente.
Também participam do projeto os docentes Rodrigo Pereira Ramos, Ricardo Menezes Prates e Eubis Pereira Machado, do Colegiado de Engenharia Elétrica (Cenel); Jadsonlee da Silva Sá, do Colegiado de Engenharia da Computação (CComp); e o técnico dos laboratórios vinculados ao Cenel Wêdson Pereira da Silva, além de três estudantes de graduação e pós-graduação. A Univasf desenvolverá duas linhas de pesquisa: Interação do sistema com a rede e Análise de inconformidades do sistema, além de atuar na implantação da Planta Tecnológica.
Os pesquisadores irão estudar a modelagem do sistema de geração fotovoltaica e sua interação com a rede de energia elétrica, avaliando o desempenho dos subsistemas até o ponto de conexão entre os geradores de energia fotovoltaica e a rede da concessionária de energia elétrica. A outra vertente do estudo acompanhará e analisará, por meio do uso de processamento de imagens, as interferências na geração de energia provocadas por fatores como a sujidade nas placas fotovoltaicas.
“A participação da Univasf no P&D+I representa uma oportunidade de contribuir para o avanço tecnológico na área de energia fotovoltaica no país, em um laboratório que está situado numa região que reúne boas condições climáticas e é muito favorável para investimentos”, observa Pinto. Ele ressalta que muitos egressos do curso de Engenharia Elétrica identificaram esse potencial local e estão empreendendo na área. “Hoje, a região de Petrolina tem mais painéis fotovoltaicos instalados do que o Recife. Nossos egressos estão vendo esse potencial e nós, enquanto Universidade, precisamos estar atentos à evolução do conhecimento e temos que contribuir para os avanços com a pesquisa e a inovação nesse campo”, afirma. O professor acredita que o projeto também possibilitará a consolidação na Univasf de um grupo de pesquisa com pesquisadores de diferentes áreas de formação que se dedique ao estudo sobre fontes alternativas de energia.