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Univasf participa de projeto interinstitucional que visa à restauração de manguezais

publicado: 05/09/2024 14h19 última modificação: 05/09/2024 14h19

A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) integra uma rede interinstitucional de pesquisa que tem o propósito de restaurar o ecossistema dos manguezais brasileiros com uma proposta de recuperação que utiliza o potencial dos microorganismos já presentes nesse bioma. O trabalho é realizado no âmbito do projeto Manguebits - Restauração Inteligente de Manguezais Impactados Utilizando Microorganismos, coordenado pelo professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Aristóteles Goes Neto. A pesquisa conta com a participação de professoras dos Colegiados de Ecologia e de Ciências da Natureza, do Campus Senhor do Bonfim, e de Engenharia Elétrica, do Campus Juazeiro, da Univasf.

O trabalho, que teve início em 2023, tem como objetivo formular produtos que consigam degradar poluentes, como petróleo e derivados, a partir de microrganismos que vivem nos manguezais. O projeto também visa formular produtos com propriedades que possibilitem a promoção do crescimento vegetal. A professora Laís Feitosa Machado, do Colegiado de Ecologia da Univasf, explica que a obtenção de produtos com essas finalidades tem relevância socioeconômica e ambiental. As atividades de campo começaram em agosto com a coleta de material no manguezal da Ilha de Santa Rita, em Alagoas, que aparece na foto ao lado, feita pela equipe do projeto.

“Esses poluentes têm a característica de serem persistentes, tóxicos e causadores de um passivo ambiental em manguezais do Brasil e do mundo, além de estarem associados à contaminação crônica ou aguda desses ecossistemas, causando um grande impacto na subsistência das famílias que dependem desse bioma para sobreviver e na fauna, flora e microrganismos presentes nesses ambientes”, afirma a professora.

A rede interinstitucional envolvida no projeto conta com a participação de pesquisadores de diversas instituições de ensino e pesquisa do Brasil e do mundo: Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Universidade Federal de Goiás (UFG), King Abdullah University of Science and Technology (KAUST), da Arábia Saudita, Mangrove Microbiome Initiative (MMI), Biotech4Life Soluções Biotecnológicas LTDA e PELD Costa Semiárida do Brasil (PELD CSB), além da própria Univasf e da coordenadora UFMG. A coordenação geral do Manguebits - Restauração Inteligente de Manguezais Impactados Utilizando Microorganismos é do professor Aristóteles Goes Neto, docente dos Programas de Pós-Graduação em Bioinformática e em Microbiologia da UFMG e coordenador do Laboratório de Biologia Molecular e Computacional de Fungos, situado no Instituto de Ciências Biológicas também da UFMG.


Equipe participou do primeiro Workshop do Projeto Manguebits.

A realização do trabalho é dividida em eixos, com destaque para as áreas de Bioinformática, Montagem de consórcios microbianos, testes em casa de vegetação, teste em campo e desenvolvimento do produto final e cada instituição é responsável por uma linha de pesquisa. Além da professora Laís Machado, fazem parte da equipe da Univasf no projeto as docentes Virgínia Farias Pereira de Araújo, do Colegiado de Ciências da Natureza, e Antônia de Lisboa Rodrigues dos Reis, do Colegiado de Engenharia Elétrica. As três docentes estão à frente da divulgação científica do projeto. “Nós fazemos a divulgação dos resultados do projeto e promovemos a democratização dos conhecimentos produzidos, por meio de ações, como publicações nas redes sociais, oficinas e palestras”, relata Laís.

O Manguebits, que leva esse nome em alusão ao movimento Manguebeat, liderado pelo pernambucano Chico Science, contará com os recursos da área de informática – daí também o ‘bits’ do título, que serão utilizados para várias ações no projeto, entre as quais buscar enzimas e substâncias metabólicas que possibilitem a degradação de materiais contaminantes e estimulem o crescimento vegetal nos manguezais. 

A professora Laís Machado destaca que, até o fim do projeto, previsto para encerrar em três anos, haverá a realização de um evento e a publicação de um e-book sobre as atividades desenvolvidas ao longo da pesquisa. Mais informações sobre o Manguebits, suas ações e os manguezais podem ser acessadas no Instagram do projeto.