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Violência contra mulher com deficiência foi tema de palestra do NAI da Univasf para ouvidores do Ministério Público

publicado: 05/10/2020 15h58 última modificação: 05/10/2020 15h58
Renata Freitas

Para uma mulher vítima de violência, denunciar o agressor pode ser algo tão difícil quanto o sofrimento provocado pelas marcas físicas. Quando a vítima não pode expressar seu pavor diante das agressões por ser uma pessoa com deficiência essa realidade se torna ainda mais perversa. E a responsabilidade nesses casos de violência contra a mulher com deficiência é de quem? Este inquietante questionamento foi o tema de uma palestra ministrada pela coordenadora do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI), da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Karla Daniele Luz Maciel, para o Conselho Nacional de Ouvidores do Ministério Público.

A palestra aconteceu no último dia 25 de setembro durante a reunião ordinária do Conselho. O convite para falar sobre o assunto para 15 ouvidores do MP surgiu a partir da realização da formação a Inclusão Começa em Mim, realizada pelo NAI para o Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa da Cidadania (Caop Cidadania) do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), no final de agosto e início de setembro.

“Falei sobre a urgência de fazermos algo em prol da prevenção da violência contra mulheres e crianças com deficiência. Estamos dialogando para desenvolver ações com este objetivo”, diz a professora Karla Daniele. Durante a palestra, ela abordou três casos em que a vítima era pessoa com deficiência, dois deles ocorridos na região do Vale do São Francisco e um deles envolvia uma criança.

“Os abusadores se valem da premissa de que ninguém vai acreditar na vítima ou que ela não irá externar o seu sofrimento ou até de que não será reconhecido pela vítima. No entanto, há outras perspectivas para o reconhecimento do abusador, que não se restringem necessariamente ao sentido da visão. Outros sentidos devem ser considerados também”, conta. Ela ressalta que é importante sensibilizar os profissionais do judiciário para atuar no exercício profissional como agentes de inclusão da pessoa com deficiência.

Outras ações deverão ser realizadas de forma conjunta nesse sentido, entre as quais a formação a Inclusão Começa em Mim. “Entendemos que cada servidor pode ser um agente efetivo de inclusão no exercício de sua função. É importante que o profissional se perceba como tal e seja devidamente formado”, conclui Karla Daniele.