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XI Scientex, encerrada ontem, registrou o maior público de sua história

publicado: 30/11/2018 17h11 última modificação: 30/11/2018 17h11
Renata Freitas
Exibir carrossel de imagens A programação encerrou ontem (29) com a mesa redonda “Inclusão, Ensino, Pesquisa e Extensão”.

A programação encerrou ontem (29) com a mesa redonda “Inclusão, Ensino, Pesquisa e Extensão”.

A XI Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão (Scientex) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) foi encerrada ontem (29), no Campus Juazeiro, após quatro dias de muitas atividades e intensa programação, que destacaram a produção acadêmica de estudantes, docentes e técnico-administrativos de todos os campi da instituição. Esta foi a maior edição da Scientex, pois reuniu 3.150 participantes, dos quais 2.800 discentes. Durante o evento, foram apresentados 383 trabalhos e foram realizadas 39 oficinas, 26 minicursos, além de exposições, palestras e mesas redondas sobre temáticas diversas.

Poucos dias depois da realização do 1º Congresso Brasileiro de Saúde em Libras, promovido de 22 a 24 de novembro, a Univasf continuou tratando da temática da inclusão durante a XI Scientex, que aconteceu de 26 a 29 de novembro. Esta edição teve como tema central “Inclusão na Universidade – Uma Realidade”, título também da conferência de abertura, ministrada pelo médico endocrinologista Ricardo Ayello Guerra, que falou sobre sua trajetória de vida como pessoa com deficiência visual. O assunto voltou à discussão ontem (29), na mesa redonda intitulada “Inclusão, Ensino, Pesquisa e Extensão”, que encerrou o evento.

Participaram do debate a pró-reitora de Extensão, Lucia Marisy; a coordenadora do Centro de Informação sobre Medicamentos (CIM) e professora do Colegiado de Farmácia, Deuzilane Muniz Nunes, e a professora da Língua Brasileira de Sinais (Libras) Helaine Cardoso. A mesa contou com a mediação da pró-reitora de Ensino, Monica Tomé.

A professora Lucia Marisy fez um resgate histórico sobre a inclusão da pessoa com deficiência com foco na educação, ressaltando as mudanças na legislação através do tempo que culminaram na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. A Lei N˚ 13.146/2015 determinou, entre outros aspectos, que as crianças com deficiência devem ser inseridas em salas de aula com outros estudantes que não têm deficiência. “Fazer educação inclusiva é trabalhar a educação com todas as demais crianças e o sucesso depende de acompanhamento constante, do apoio da família e exige uma equipe multidisciplinar”, afirmou.

Por meio da Libras, a professora surda Helaine Carvalho também citou leis relevantes para a inclusão da pessoa surda, como a Lei N˚ 10.436/2002, que oficializou a Libras como língua oficial no país, e a Lei N˚ 12.319, que regulamentou a profissão de tradutor e intérprete da Libras. Helaine destacou as barreiras e entraves para a educação de pessoas com deficiência auditiva, muitas vezes dentro da própria família. “Nós surdos sabemos que é possível avançar na educação, sim”, enfatizou ela, em fala traduzida pelo intérprete de Libras da Univasf Getro Reis. Ela citou o ingresso do primeiro estudante surdo na Univasf, no curso de Educação Física, e afirmou estar torcendo para a entrada de mais estudantes surdos no ensino superior, para a obrigatoriedade do ensino de Libras na universidade e para a ampliação do número de intérpretes de Libras.

Alguns dos avanços já percorridos na Univasf em relação à inclusão da pessoa surda foram ressaltados pela professora Deuzilane Nunes. Desde o ano passado, o CIM, que presta serviços à comunidade dando informação sobre medicamentos, passou a fazer atendimentos também em Libras, criou um glossário farmacêutico em Libras com 12 termos e tem participado de diversas ações inclusivas, juntamente com o Núcleo de Práticas Sociais Inclusivas (NPSI) da Univasf.

Vinculado ao Colegiado de Farmácia e ao Núcleo de Estudos em Farmácia Social (NEFarmS), o CIM também vem contribuindo nacionalmente para a construção de novas práticas na área de Farmácia e participou diretamente da elaboração da Resolução N˚ 662, de 25/10/2018, do Conselho Federal de Farmácia, que estabelece as diretrizes para a atuação do farmacêutico no atendimento à pessoa com deficiência, e prepara-se para contribuir para a elaboração do primeiro glossário farmacêutico em Libras. A coordenadora do CIM ressaltou que as atividades do projeto atuaram com a inclusão nas esferas do ensino, da pesquisa e da extensão. “A formação do profissional inclusivo começa na universidade, através do ensino, da pesquisa e da extensão”, frisou Deuzilane.

Após a mesa redonda, houve a entrega de premiação ao projeto “Iogurte probiótico de acerola: um alimento alternativo e rico em vitamina C”, que venceu a Mostra de Inovação e Empreendedorismo. O projeto participou da mostra junto com outras oito iniciativas e foi escolhido o melhor pelo público participante da Scientex. A coordenadora de Propriedade Intelectual do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Univasf, Cristiane Galhardo, entregou o prêmio aos estudantes de Engenharia Agronômica Bruno Emanuel Souza Coelho, Cícero Henrique de Sá, Laurenielle Ferreira e Samara Miranda, que foram orientados pela professora Karla dos Santos Melo de Sousa.

A XI Scientex foi realizada pelas Pró-Reitorias de Ensino (Proen) e de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (PRPPGI), com apoio da Pró-Reitoria de Extensão (Proex). Este ano, o evento contou com uma equipe com cerca de 60 pessoas, entre servidores, terceirizados e monitores, que atuaram diretamente na organização.

A pró-reitora de Ensino, Monica Tomé, destacou que a XI Scientex foi muito positiva e teve grande participação da comunidade acadêmica, com a presença de estudantes e docentes de todos os campi. “Houve, este ano, uma participação efetiva de todos, muitos trabalhos apresentados, com muita diversidade e qualidade dos trabalhos. Também houve discussões bastante ricas sobre temas de grande relevância para a formação dos nossos estudantes”, disse.

O envolvimento dos estudantes nesta edição, na avaliação do pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Jackson Guedes, foi um dos pontos determinantes para o sucesso do evento. “Várias atividades, oficinas e cursos realizados nessa Scientex foram propostos pelos próprios discentes. Então, houve uma participação direta deles na elaboração da programação”, comentou. Para ele, as salas cheias e até a repetição de algumas atividades demonstram que a Scientex cumpriu seu papel. “É um evento muito importante para complementar a formação dos estudantes”, frisou.

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