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Estudantes do Campus Salgueiro desenvolvem protótipo de carrinho ergonômico para catadores de recicláveis

publicado: 09/09/2022 12h24 última modificação: 09/09/2022 12h24
Júlia Mendes

Trabalho foi realizado na disciplina de Ergonomia, do curso de Engenharia de Produção./ Fotos: Arquivo pessoal.

Para promover melhoria na qualidade de vida dos catadores de recicláveis, os discentes do curso de Engenharia de Produção, do Campus Salgueiro da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), criaram um protótipo de carrinho ergonômico de coleta de materiais. A atividade foi o trabalho prático da disciplina de Ergonomia e contou com a participação de nove estudantes, sob a orientação do professor Lenilson Olinto.

Os veículos foram elaborados seguindo os princípios ergonômicos na literatura; NR-17, que estabelece parâmetros legais ergonômicos; pesquisa do setor; entrevistas e um levantamento das condições dos catadores. Os estudantes foram divididos em dois grupos, intitulados “Alfa” e “Beta”, e trabalharam com catadores da região de Salgueiro e Cabrobó. Cada grupo produziu um carrinho, que foi o primeiro protótipo desenvolvido no Campus Salgueiro. Os projetos foram apresentados para os prefeitos e vereadores de ambas as cidades.  

Segundo o professor Lenilson Olinto, a ideia para a produção dos carrinhos partiu de um estudo bibliográfico. “A partir desse estudo, levei a atividade para sala de aula e desenvolvemos dois projetos, com o intuito de criar os carrinhos ergonômicos com essa proposta socioambiental para os catadores de materiais recicláveis”, conta.

De acordo com ele, a intenção é que os carrinhos possam ser doados para alguns catadores. “Esse projeto foi um meio que encontramos de tentar mudar a realidade dessa classe de trabalhadores, que são reconhecidos pelo Ministério do Trabalho como profissionais. É uma tentativa de atenuar as más condições desse trabalho e levar mais conforto para eles”.

O discente Walyson Oliveira dos Santos, líder do grupo Alfa, conta que durante a execução do projeto o grupo se deparou com diversas dificuldades, como alto custo de produção e carência de mão de obra especializada. “De princípio, o maior obstáculo foi encontrar alguém que abraçasse o nosso projeto e ajudasse nos custos. Fizemos um levantamento de tudo o que iríamos precisar para elaboração do carrinho, pensamos em fazer um projeto social e procuramos os órgãos públicos da região”. Apesar dos obstáculos, o estudante afirma que foi uma experiência única. “Nós tivemos a oportunidade de ver como de fato se produz um carrinho ergonômico, sentir como funciona a profissão, ir a campo e mostrar para as pessoas como nosso projeto é importante”, diz Santos.

O líder do grupo Beta, Felipe Natanael Silva Apolonio, ressalta que a atividade foi enriquecedora. “O projeto foi de grande relevância para a nossa formação como futuros engenheiros de produção, conseguimos sentir como funciona a etapa de criação e lidamos com diversos tipos de público. Além disso, o projeto dá visibilidade a uma classe de trabalhadores que não é tão valorizada, como os catadores de materiais recicláveis, que são essenciais para sociedade”, afirma.