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Ligas Acadêmicas contribuem para a formação dos estudantes da Univasf
Você sabe o que é uma Liga Acadêmica (LA)? Em uma universidade os alunos podem vivenciar diversas experiências fora da sala de aula, podendo estas ações ser atividades de Ensino, Pesquisa ou Extensão. Assim, as Ligas buscam utilizar a união destes três pilares para aprofundar-se em temáticas de um campo de estudo. Na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) existem 47 Ligas Acadêmicas ativas, formadas por discentes, docentes e profissionais. Estas equipes realizam eventos abertos ao público, pesquisas, apresentações em congressos e, ainda, atendimentos à comunidade. Saúde e bem-estar da sociedade, cuidado com animais e estudos sociais são alguns dos eixos trabalhados pelos grupos da Univasf.
As LAs são associações científicas sem fins lucrativos que realizam atividades de extensão universitária e são vinculadas a cursos de graduação e à Pró-Reitoria de Extensão (Proex). A Univasf conta com Ligas Acadêmicas vinculadas aos cursos de Ciências Sociais, Medicina, Ciências Biológicas, Zootecnia, Psicologia, Medicina Veterinária, Enfermagem e Farmácia, além de haver grupos com estudos interdisciplinares. As atividades desenvolvidas possibilitam novos aprendizados para os ligantes – nome dado aos discentes participantes de uma Liga Acadêmica.
Integrantes da Libvasf, composta por estudantes de Engenharia Agronômica, Medicina Veterinária e Zootecnia.
Composta por estudantes de Engenharia Agronômica, Medicina Veterinária e Zootecnia, bem como professores, profissionais, mestrandos e doutorandos de diversas áreas das Ciências Agrárias, a Liga Acadêmica de Buiatria da Univasf (Libvasf) é um dos exemplos de associações ativas da Universidade. Há 4 anos, o grupo promove estudos sobre animais ruminantes e oferece orientações a produtores rurais que possuem criações de bichos como bois, cabras e bodes. A Libvasf foi fundada pelo professor do colegiado de Medicina Veterinária Luiz Salviano e realiza ações em municípios do interior dos estados de Pernambuco, Bahia e Piauí.
Ensino, pesquisa e extensão – Com a chegada da quinta-feira, os ligantes da Libvasf já sabem: é dia de discutir ideias e fazer planos. Toda semana eles se reúnem para debater temáticas relacionadas à produção e ao cuidado com ruminantes, definir livros para leitura e organizar os eventos que realizam anualmente. Os discentes também articulam palestras que ministram para a comunidade acadêmica e externa, além de algumas aulas que promovem para estudantes do curso de Medicina Veterinária.
Os ligantes fazem exames clínicos em animais doentes. |
Além disso, a equipe adentra as porteiras de roças e fazendas para registrar as demandas dos produtores, prestar atendimentos clínicos aos animais e dar orientações para prevenção de doenças. Os ligantes e orientadores fazem exames clínicos e laboratoriais com os animais doentes e indicam aos proprietários quais tratamentos devem ser feitos. As demandas destas vivências são convertidas em temáticas de discussão nos eventos do grupo.
A partir das idas a campo, são coletadas amostras para pesquisas, como uma investigação que lista a presença de plantas tóxicas que podem adoecer os animais nestes ambientes; estudo coordenado pelo professor-orientador da Libvasf Alexandre Macedo, do Colegiado de Medicina Veterinária. Outra pesquisa, coordenada pelo professor orientador Mateus Matiuzzi, ligado ao Colegiado de Zootecnia, analisa quais as doenças mais frequentes na região e investiga a reação de bactérias às substâncias de plantas do bioma da caatinga. O intuito desta análise é produzir remédios baseados na vegetação típica do semiárido, buscando criar alternativas ao uso de antibióticos – medicamentos que podem ser prejudiciais aos bichos, segundo o docente – para o tratamento de doenças.
A Libvasf investiga a reação de bactérias às substâncias de plantas do bioma da caatinga. |
As LAs da Univasf são muito diversas. Enquanto a Libvasf estuda aspectos ligados aos ruminantes, considerando o bem-estar animal, na Instituição há desde a Liga Acadêmica de Psicologia Jurídica (LAPJU) até a Liga Interdisciplinar para Estudo da Morte e do Suicídio (Laiems) e também a Liga de Transplantes de Tecidos e Órgãos do Vale do São Francisco (Liatto), coordenada pelo professor do Colegiado de Medicina Rodrigo Videres.
A Liatto visa proporcionar aos estudantes vivências teórico-práticas para a medicina relacionada ao transplante de órgãos. Fundada há dez anos, ela possui uma parceria com a Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO), ligada ao Ministério da Saúde, e desenvolve trabalhos de conscientização da comunidade para a doação, além de ações práticas destinadas a este eixo da Medicina.
Aprendizado prático e conscientização – Quinzenalmente, os ligantes da Liatto realizam reuniões para discutir temas apresentados pelos participantes ou professores convidados. Deste modo, eles levam estas temáticas para a comunidade externa, através de palestras, com o intuito de conscientizar, educar e informar sobre a importância da doação de órgãos.
A Liatto realiza reuniões para discutir temas apresentados pelos participantes ou professores convidados.
Com a ajuda da OPO, a equipe atua no Hospital Universitário (HU-Univasf), em Petrolina (PE), onde participa da avaliação de pacientes com possibilidade de morte encefálica e trabalha para impedir perdas dos órgãos por más condições clínicas. Além disso, dialogam com as famílias dos pacientes sobre o processo de doação e, diante do consentimento dos familiares, os ligantes participam, junto aos médicos e cirurgiões, da captação dos órgãos do doador.
A equipe da Liatto atua no Hospital Universitário (HU-Univasf), em Petrolina (PE). |
Todo este processo rende análises e artigos científicos, como estudos de caso, apresentados em congressos, simpósios e demais eventos acadêmicos, que expõem aquilo que os estudantes vivenciaram na prática hospitalar.
As ligas e a Univasf – O Coordenador da Diretoria de Extensão (Direx) da Univasf, René Cordeiro, afirma que ações como as realizadas pelas Ligas Acadêmicas estreitam os laços entre comunidade e Universidade. Segundo ele, por isso, a Univasf incentiva e promove a criação e manutenção de diversas Ligas Acadêmicas. “Desta forma, a Instituição leva à comunidade os saberes desenvolvidos em seus espaços e presta auxílio à população. Em troca, as comunidades retribuem compartilhando suas vivências e conhecimentos, sempre em prol da defesa da educação”, diz.
Para participar de uma LA é necessário estar cursando ou ser graduado em uma área relacionada à temática trabalhada pela associação e passar por processo seletivo interno, realizado por cada Liga Acadêmica. É possível acessar a lista com todas as associações da Univasf e demais informações sobre estas instâncias no portal da Pró-Reitoria de Extensão (Proex).