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Projeto do Nema executa ações para conservação do solo nas áreas de proteção da ararinha-azul

publicado: 06/10/2023 17h12 última modificação: 06/10/2023 17h12

Tecnologia dos cordões em contorno traz vários benefícios à conservação do solo. Foto: Luís Coelho.

O Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) finalizou a implantação de cerca de 19 mil metros de cordões em contorno e 54 barragens de detenção, em áreas degradadas nas Unidades de Conservação (UC) da ararinha-azul, em Curaçá (BA). O objetivo é contribuir com o controle dos principais tipos de erosão do solo e favorecer a recomposição da vegetação nativa. Essas são algumas das tecnologias sociais já implantadas por meio do projeto RE-Habitar Ararinha-azul, que executa a recuperação hidroambiental na região, ao unir essas ações de prevenção à desertificação com técnicas de plantio e semeadura.

Os cordões em contorno são valas escavadas, de forma nivelada, no solo. Essa tecnologia social auxilia o controle da erosão hídrica em superfícies inclinadas e expostas, reduzindo a velocidade das águas sobre o terreno. Desse modo, impede a perda de solo e de sua fertilidade, favorece a infiltração e manutenção de água na área e protege margens e leito dos rios e riachos, além de reservatórios, estradas e barrancos.

Já as barragens de detenção são pequenos barramentos de pedras soltas, que têm o objetivo de auxiliar o controle da erosão em sulcos, que são como “caminhos” nos solos formados pela ação das enxurradas. Portanto, com essa tecnologia social, é possível reduzir a geração de sedimentos e o assoreamento dos cursos d’água, contribuindo também para a produtividade e o manejo sustentável das áreas agrícolas.

Barragens de detenção reduzem geração de sedimentos e assoreamento dos cursos d’água. Foto: Jailton Silva.

“Ao atuar na conservação do solo e da água, essas tecnologias desempenham um importante papel no combate e prevenção à desertificação, além de proporcionar melhorias na produção agrícola, mitigando os efeitos da seca para as famílias sertanejas. No contexto do projeto, elas contribuem para o sucesso das técnicas de plantio e semeadura implantadas, além de auxiliar a regeneração natural e manutenção da vegetação nativa já estabelecida”, ressalta o pesquisador do RE-Habitar Ararinha-azul, Anderson Souza.

Devido ao baixo custo, facilidade de construção e uso de ferramentas simples, essas ações possuem grande potencial para serem replicadas pela própria comunidade. Com esse propósito, o projeto ofertou cursos de capacitação gratuitos para construção dessas tecnologias sociais na região. Os guias de campo, oferecidos como material de apoio dos cursos, também podem ser baixados gratuitamente, em formato PDF, no site do Nema.

RE-Habitar Ararinha-azul – Projeto executado pelo Nema na Área de Proteção Ambiental (APA) e Refúgio de Vida Silvestre (REVIS) da Ararinha Azul, em Curaçá (BA). É desenvolvido no âmbito do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e financiado com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) é o órgão implementador, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) é o órgão executor financeiro e a gestão administrativa do projeto é realizada com a participação da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento (Fade), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).