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Projeto executado pelo Nema irá recuperar vegetação da Caatinga antecedendo o retorno das ararinhas-azuis à natureza

publicado: 06/04/2022 10h29 última modificação: 06/04/2022 10h29
Karen Lima


Ararinhas-azuis. Foto: Divulgação Association for the Conservation of Threatened Parrots

Após mais de 20 anos sem ser vista na natureza, a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) em breve terá condições de voltar a voar livremente na Caatinga. O projeto RE-Habitar Ararinha Azul, executado pelo Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), vai recuperar áreas degradadas da Caatinga. Concomitantemente, o Instituto Chico Mendes (ICMBio) e a Associação para a Conservação dos Psitacídeos Ameaçados (ACTP) cuidam das aves que foram repatriadas e ainda estão no Centro de Reprodução em uma propriedade privada nas Unidades de Conservação da ararinha-azul, em Curaçá (BA). As atividades do Nema já iniciaram e a previsão é recuperar cerca de 100 hectares de mata ciliar e 100 hectares de savana estépica em menos de três anos.

Por meio do projeto RE-Habitar, executado em parceria com a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco (Fade-UFPE), o Nema irá recuperar a vegetação em áreas prioritárias localizadas no interior e entorno do Refúgio de Vida Silvestre e da Área de Proteção Ambiental (APA), em Curaçá, hábitat das aves. Serão executados métodos de recuperação como semeadura direta e plantio de mudas nos locais selecionados com objetivo de conduzir as áreas degradadas para uma situação mais adequada para a sobrevivência das ararinhas-azuis.

Para o ecólogo do Nema, Fábio Socolowski, o envolvimento da população local será fundamental para a preservação da vegetação e da ararinha-azul, que é uma ave exclusiva da Caatinga. “O projeto tem duração de três anos, então nós vamos deixar uma semente. Porém, caberá a cada morador que receber a nossa visita e trocar conhecimentos conosco, a compreensão da importância não só da recuperação dos ambientes degradados, mas da preservação daquilo que ainda existe”, explica.

Além da recuperação, diversas ações serão realizadas para reconstituir e preservar o ambiente, como a implantação de tecnologias sociais para retenção do maior quantitativo possível de água que normalmente se perde por conta da baixa cobertura vegetal nas áreas degradadas. Serão construídas barragens subterrâneas, barragens sucessivas e cordões em contorno para aumentar a disponibilidade de água. Dessa maneira, além de contribuir para um ambiente mais favorável para as espécies vegetais, também viabiliza uma atividade agrícola sustentável para a comunidade local.

RE-Habitar Ararinha Azul – Projeto executado pelo Nema Univasf e a Fade-UFPE, aprovado na chamada do GEF-Terrestre, em seu componente para recuperação de áreas degradadas da Caatinga. A iniciativa é financiada pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA).

O Nema trabalha com recuperação de áreas degradadas desde 2014 com ações diretamente relacionadas à vegetação, como também aos recursos hídricos, elaborando novos modelos e aprimorando várias técnicas.

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